O Esporte Clube Vitória pode se tornar nesta quinta-feira (17) o primeiro time de futebol brasileiro punido por LGBTfobia.
A Procuradoria da Justiça Desportiva de Futebol da Bahia acatou uma denúncia contra o clube devido a um caso de conduta e manifestação discriminatória relacionado à orientação sexual e identidade de gênero. O julgamento na 1ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) começou há pouco, excepcionalmente em sala virtual.
A queixa foi encaminhada pela torcida LGBT do Esporte Clube Bahia ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e TJD, após um grupo de torcedores do Vitória pendurar a camisa da torcida LGBTricolor de cabeça para baixo. O caso ocorreu durante um clássico BaVi, em primeiro de março deste ano, no Estádio Manoel Barradas (Barradão), casa do Vitória.
“Na nossa avaliação, esse foi um gesto de LGBTfobia contra toda uma comunidade porque eles poderiam ter usado qualquer camisa do clube, se a intenção era afrontar o time rival, mas não, foram específicos”, aponta Onã Rudá, integrante da torcida LGBT do Bahia.
A infração está enquadrada no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva e prevê sanções como suspensão de jogos, perda de pontos e multa.
O árbitro da partida Bruno Pereira Vasconcelos também é alvo da denúncia por não registrar o ocorrido na súmula da partida. Ele afirmou à Cultura que ao fiscalizar o estádio não verificou a camisa, nem foi comunicado.
"Eu estava cuidando do maior clássico do Norte e do Nordeste, o clássico BaVi, a aproximadamente 200 metros de distância da arquibancada, em um estádio lotado. (...) O árbitro tem a obrigação de fiscalizar os arredores da partida e esse procedimento foi feito. A partir daí, me concentrei muito no jogo. (...) Só soube do ocorrido neste mês, quando fui notificado da denúncia."
A Cultura entrou em contato com o Esporte Clube Vitória para mais esclarecimentos sobre o caso, mas até o momento não obteve resposta.
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