O Cuiabá terá um dos dias mais especiais de sua história na noite desta quarta-feira (13). O Dourado (apelido do time cuiabano) entra em campo no Estádio Presidente Perón, na Argentina, para enfrentar o Racing e jogar, pela primeira vez na história de um clube do Mato Grosso, uma partida oficial fora do Brasil.
Por mais emocionante que isso possa parecer, o tom realista de Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá, não levanta falsas esperanças: “O Brasileiro é muito mais difícil que a Sul-Americana.”
A prioridade do time, segundo Dresch, é justamente se manter na elite do futebol brasileiro em 2023. Engana-se, contudo, quem acha que isso quer dizer abrir mão dos outros campeonatos.
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Em entrevista exclusiva ao portal da TV Cultura, o vice-presidente afirmou: “O jogo com o Racing é difícil, tão difícil quanto jogar com o Fortaleza no Castelão. A classificação na Sula é mais difícil, passa só um por grupo, mas a gente acredita no nosso elenco e no trabalho que está sendo feito. ”.
O Cuiabá começou bem tanto na Sula quanto no Brasileiro. Uma vitória de 1 a 0 contra o Fortaleza fora de casa foi importante para a moral da equipe, que já estava embalada após ter ganho do Melgar (PER) na primeira rodada do campeonato continental, numa vitória por 2x0 no Mato Grosso.
Mesmo que não seja a prioridade do Dourado, a Sul-Americana é um marco e tanto para história do time. A outra participação dos cuiabanos no torneio sul-americano foi em 2016, após ter conquistado a vaga ao vencer a Copa Verde. Porém, a trajetória foi curta, perdendo em seu primeiro jogo para a que viria ser a equipe campeã do torneio, a Chapecoense.
Dessa vez, em um formato mais atrativo, o time tem uma nova oportunidade. Cristiano explica: “Está sendo uma experiência enriquecedora para a gente, primeira vez que o Mato Grosso é representado dessa forma no futebol da América do Sul. Estamos escrevendo a história do nosso futebol! ”.
História essa que é ligada diretamente à vida pessoal de Cristiano. A família Dresch adquiriu o clube em 2009. O presidente do clube, inclusive, é seu irmão, Alessandro.
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A ligação da família e a de Cristiano com o clube foi desde o começo com um caráter empresarial. O Cuiabá foi fundado como uma empresa, portanto, seu crescimento foi visto e ainda é como o de uma companhia: "O Cuiabá é uma empresa desde que nasceu, as coisas acontecem por aqui dentro de um planejamento. Ele tem que ser realista".
Ao falar dos sonhos e ambições que têm para o time, Dresch não titubeia e deixa bem claro que sabe do lugar em que o Dourado está diante do cenário brasileiro: “No futebol você tem que ter os pés no chão, você sonhando muito acaba acordando em um pesadelo. Futebol é difícil, no Brasil é muito equilibrado. Nosso foco é no presente, fortalecer a estrutura do Cuiabá. Precisamos ser um clube com caixa, com categoria de base, como é o Athletico Parananese, que está aí ganhando títulos. Nosso foco é aumentar a torcida, ter uma penetração no estado do Mato Grosso... O que vier desse trabalho vão ser conquistas para nós”.
Se para Cristiano o futuro está no trabalho, para a torcida resta justamente acreditar nesse projeto e sonhar com uma caminhada boa em 2022.
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