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Lucas Figueiredo/CBF
Lucas Figueiredo/CBF

Um grupo formado por 23 clubes das Séries A e B, que ainda não aderiram a Liga do Futebol Brasileiro, a Libra, divulgou uma carta nesta segunda-feira (9) afirmando que não irá comparecer na reunião na sede da CBF no dia 12 de maio para tratar do assunto. As equipes explicam que não concordam com o que foi apresentado pela liga até este momento. 

Com a confirmação do boicote, as equipes marcaram um outro encontro paralelo no dia 16 de maio para debater mudanças no formato de liga no país e chegar a um consenso com os oito clubes que assinaram a criação da Libra. Apenas depois dessa data, uma reunião com os clubes que aderiram a LIBRA será agendada. 

Entre os principais pontos de discussão para o encontro do dia 16 estão as divisões de receita entre os clubes, a forma como essa divisão será feita e recursos destinados aos clubes da série B.

A carta é assinada por 11 clubes da série A e outros 12 da série B. Apesar do alto número, times importantes não estão envolvidos nesse documento, como Atlético-MG, Botafogo, Bahia, Internacional, Grêmio e Vasco.

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Vale lembrar que Corinthians, Red Bull Bragantino, Flamengo, Palmeiras, Santos, São Paulo, Ponte Preta e Cruzeiro são os clubes brasileiros ligados a LIBRA.

Leia a carta dos 23 clubes na íntegra:

Diante dos últimos acontecimentos, os Clubes signatários reafirmam o interesse na formalização da Liga de futebol profissional, com o intuito de elevar o nível de qualidade do futebol brasileiro, construindo um campeonato forte, revitalizado e, notadamente, com um padrão de equanimidade nas condições de disputa.

É preciso, porém, pontuar que não haverá Liga sem a união dos 40 (quarenta) clubes participantes das atuais Séries A e B.

Algumas premissas devem ser observadas, tendo como referência que: (i) a Premier League divide igualmente 68% da receita, somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing; (ii) as Ligas Alemã, Espanhola, Francesa e Italiana distribuem 50% da receita de forma igualitária; e (iii) a diferença de receita entre o primeiro e último clubes respeitam os seguintes limites: Inglaterra (1.6x), Itália (2.1x), Alemanha (3.2x) e Espanha (3.5x).

Para a formalização da Liga de Clubes de futebol brasileiro, os Signatários acreditam no modelo abaixo apresentado:

(i)Divisão de receita de 50% igualitário, 25% performance e 25% comercial, com parâmetros objetivos e mensuráveis;

(ii)Diferença de receita entre maior e menor clube tendo como alvo o limite de 1.6 ao longo do tempo (referência Premier League), com o teto de 3.5 a partir do primeiro ano;

(iii)Compromisso de que a Série B receba 20% dos recursos de venda de direitos de transmissão.

Os Signatários envidarão todos os esforços possíveis para reunir os 40 (quarenta) clubes e formatar a Liga, sempre na base do diálogo e da razoabilidade, firmando também o compromisso de que, caso não haja a efetiva formalização, irão avaliar, em conjunto, a negociação dos direitos de transmissão e demais propriedades inerentes ao futebol e suas respectivas competições para os anos posteriores a 2024.

Os Clubes informam, ainda, que no dia 16 de maio de 2022 se reunirão presencialmente no Rio de Janeiro para formalizar o compromisso em busca de uma composição equilibrada, e que, por tal razão, não se farão presentes na reunião previamente agendada na CBF, no dia 12 de maio de 2022.

O encontro com os 8 (oito) clubes, no que depender da vontade dos Signatários, acontecerá futuramente para que seja apresentada e debatida a proposta descrita nesta carta, na tentativa de alcançar o consenso.