Nesta semana, a seleção de futebol masculina da Dinamarca revelou seu uniforme para a Copa do Mundo no Catar. O que chamou atenção foram as cores monocromáticas, sendo difícil para as pessoas verem o escudo e o patrocinador. Mas essa foi uma decisão bastante consciente da Hummel.
"Embora apoiemos a seleção dinamarquesa até o fim, isso não deve ser confundido com o apoio a um torneio que custou milhares de vidas", disse a empresa em suas redes sociais.
Mas se engana que essa decisão foi exclusivamente da fornecedora do uniforme. Em novembro do ano passado, a própria Federação Dinamarquesa de Futebol prometeu passar uma mensagem crítica contra a organização da Copa do Mundo.
"Apoiamos a seleção dinamarquesa até o fim, mas isso não é o mesmo que apoiar o Catar como nação anfitriã”, completou a empresa.
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Durante todo o ciclo do torneio, o Catar foi muito criticado pelo tratamento dado as pessoas que estavam trabalhando nas obras da competição, como estádios, linhas de metrô, estradas e hotéis. Há denúncias de mortes omitidas pelo estado, principalmente as de origem asiática.
A Anistia Internacional, organização não-governamental em prol dos direitos humanos, também se manifestou nos último anos e revelou que muitos trabalhadores vivem em condições precárias e chegam a ficar meses sem receber salários.
Outras seleções já se manifestaram
Nos últimos anos, a Dinamarca não ficou sozinha nas manifestações contra a organização da Copa do Mundo. Antes do jogo contra a Letônia pelas eliminatórias, a seleção da Holanda entrou em campo com uma camiseta escrita "Football Supports Change" (Futebol apoia a mudança).
Na mesma Data Fifa, a seleção norueguesa pediu "Human Rights on and off the pitch" (Direitos Humanos dentro e fora de campo). Já a seleção alemã protestou com seus 11 jogadores titulares e escreveu "Human Rights" na junção de todos eles.
Posicionamento da Fifa e do Catar sobre as acusações
As acusações feitas nos últimos anos foram rebatidas tanto pela Fifa quanto pelo governo do Catar.
"Com os protocolos e as medidas de segurança aplicadas nas obras, a frequência de acidentes nas construções da Copa do Mundo da Fifa sempre foi muito baixa se comparada a outros grandes projetos ao redor do planeta”, disse a Fifa em um comunicado.
O Comitê Organizador deu mais detalhes sobre as obras e se defendeu das acusações que recebeu ao longo dos anos.
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"Nós sempre fomos transparentes sobre a saúde e a segurança dos trabalhadores envolvidos nos projetos relacionados à Copa do Mundo Fifa Qatar 2022. Desde o início das obras em 2014, houveram três mortes ocasionados por acidentes e 35 que não envolveram as obras. O comitê investigou cada um dos casos e não irá repetir os mesmos erros do passado. O comitê também divulgou detalhes sobre cada um dos incidentes por comunicados oficiais e nos relatórios anuais sobre o progresso das relações de trabalho.
As preparações para a primeira Copa do Mundo Fifa sediada no Oriente Médio e no Mundo Árabe já trouxeram inúmeros benefícios aos trabalhadores do Qatar, em projetos do comitê ou não. Alguns desses benefícios são a melhoria nas condições de moradia, o acompanhamento digital e inclusivo das condições médicas, planos inovadores de mitigação de calor e de estresse, treinamentos extensivos, programas de requalificação e uma garantia em reembolsar 48.883 trabalhadores contratados pelo comitê em 30 milhões de dólares relacionados a recrutamentos ilegais.
Com menos de dois anos até o início do torneio, nós continuaremos utilizando essa oportunidade para trazer mudanças concretas e um legado significativo para o futuro do país.”
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