Ciberataques: América Latina tem 600 novos golpes a cada 24 horas

A pandemia do novo coronavírus fez a internet ser, ainda mais, um meio de trabalho, estudo, diversão e compras, e isso tem chamado a atenção de diversos hackers. Nos últimos três meses, o Brasil teve 1,6 bilhão de ataques cibernéticos registrados. De acordo com uma empresa de segurança virtual que monitora ações de hackers na América Latina, são 600 novos tipos de golpe criados todos os dias.

A designer de moda Juliana Carrega queria vender um tablet e anunciou o objeto pelas redes sociais. Um interessado sugeriu que ela fizesse a negociação por meio de uma plataforma de compra e venda online, para poder pagar com o cartão de crédito. No dia seguinte, ela recebeu um e-mail informando que o pagamento havia sido realizado.

"Exatamente igual a quando você faz uma compra. O e-mail confirmava "parabéns, você recebeu" e aí no e-mail seguinte perguntava os meus dados bancários, nome completo, CPF e RG, e informava que, após seis dias que o cliente recebesse a mercadoria, eu receberia na minha conta o depósito", contou Juliana. No entanto, tratava-se de um golpe e, por sorte, ela percebeu que o endereço de e-mail era falso e não enviou a mercadoria. "Depois, eu fiz um B.O. e lá eles me informaram que estava acontecendo muito agora nesse período online, em que as pessoas estão vendendo para sobreviver na pandemia."

Para Rafael da Silva Santos, coordenador do curso de Defesa Cibernética da FIAP, o ataque mais comum é o chamado “phishing”, ou seja, mensagens são enviadas por e-mail com links infectados. Os criminosos ainda simulam sites conhecidos de bancos ou lojas virtuais para roubar dados. Até o Auxílio Emergencial pode ser usado para enganar. Por isso, a melhor forma de evitar cair em um golpe é a prevenção.

"Hoje, a gente recebe muitos links maliciosos por e-mail, né? Então, a gente tem que tomar cuidado com o remetente do e-mail, verificar se realmente aquele e-mail é um e-mail de um contato seu válido, se você não conhece o contato eu aconselho que você não clique no link do e-mail e verifique se você tem, realmente, a necessidade de acessar aquilo", explicou o especialista.