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Cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, têm pesquisado a relação entre a vacina BCG, usada para combater a tuberculose, e o novo coronavírus. Segundo um estudo publicado na revista Science Advances, países que têm a vacinação de BCG obrigatória apresentaram taxas mais baixas de infecção e mortes por Covid-19 durante o primeiro mês da pandemia.

BCG é a sigla para Bacilo Calmette-Guérin, bactéria que causa a tuberculose e que recebeu o nome dos dois franceses que desenvolveram o imunizante em 1921. A vacina contra a doença é obrigatória no Brasil desde 1976, para recém-nascidos e crianças até os cinco anos de idade.

Agora, cientistas da Universidade de Michigan acreditam que a BCG pode ser uma grande aliada contra a Covid-19. Um dos motivos seria a imunidade contra uma variedade de infecções relacionadas ao pulmão, que vão além da tuberculose. 

A pesquisa foi realizada em 135 países, entre eles, o Brasil, segundo país do mundo em número de mortes pela Covid-19 - atrás apenas dos Estados Unidos, onde a vacina BCG é facultativa. Devido a isso, o estudo é visto com cautela pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela comunidade científica.

"Eles colocam muito claramente e objetivamente que mais estudos são necessários pra gente entender se, realmente, o uso da BCG pode ter um efeito protetor contra o coronavírus. Então, esse estudo não abre mão de novos estudos, mais controlados, com esse objetivo, para populações específicas", afirmou João Viola, presidente do Comitê da Sociedade Brasileira de Imunologia. "Não estamos preconizando, neste momento, que adultos ou adultos jovens procurem a vacinação por BCG para proteção contra o coronavírus, isso não é o que está sendo preconizado, não é para sair correndo para tomar a BCG. Devemos seguir o nosso calendário, que é muito bem feito."