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A grande expectativa para divulgação dos balanços das empresas brasileiras se deve à possibilidade de finalmente pode medir os impacto da quarentena sobre a atividade econômica. Observando esses números, será possível saber quanto o consumo já foi afetado, quais setores tiveram um impacto maior e quem não se saiu tão mal.

Na semana que começa nesta segunda-feira (dia 10), mais pistas importantes desse quebra-cabeça econômico virão à tona, principalmente porque será a vez de empresas relacionadas à demanda doméstica revelarem seus números. Até agora, o que se sabe já é ruim: o nível de reservas que os bancos fizeram para eventuais calotes foi alto, e as transações de empresas de pagamentos também encolheram durante a pandemia. Tudo aponta, portanto, para um tombo histórico no consumo.

Esta também será a semana mais movimentada, com o maior número de balanços financeiros. Por causa da quantidade, a variedade também será grande: teremos desde resultados de bancos (como o BTG e o Inter), passando pelo setor de construção (MRV, Cyrela, Eztec e Tecnisa), até o de consumo (Via Varejo, B2W, Renner, Hering e Natura).

O que esperar de cada setor? 

Consumo

Por mais que o quadro geral para o consumo seja ruim, podemos dividir o segmento em dois: um que foi muito bem e outro que foi muito mal.

“Devemos ter uma surpresa bem positiva para o e-commerce, pois o isolamento da quarentena antecipou o crescimento das vendas online. Para a Via Varejo, por exemplo, isso é um fator espetacular, já que o plano dela era investir no digital para competir com seus concorrentes”, diz Ilan Arbetman, analista da gestora Ativa Investimentos.

Não só os da Via Varejo, mas os resultados da B2W devem vir bem acima da média. A boa maré que a pandemia causou para essas empresas fez com que elas atraíssem o interesse de investidores e avançassem bastante na bolsa. No ano, o crescimento das ações da B2W chegou a 93%, e o da Via Varejo foi de 70%.

Já o varejo mais dependente das lojas físicas deve amargar resultados ruins, diante do fechamento das lojas durante a quarentena. Os resultados da Hering devem demonstrar os efeitos desse fechamento das unidades, já que, apesar de ter seus próprios canais de vendas online, o faturamento ainda depende essencialmente do varejo físico. Além disso, ela tem o agravante de ter entrado na crise já em um mau momento. A companhia fechou 2019 já com uma queda de 5,8% nas vendas e um encolhimento de 6,6% no lucro.

“É difícil ver alguma carta na manga, os números têm tudo para se confirmarem negativos. Mas é muito provável que os investidores olhem agora para o que essas empresas podem mostrar do que propriamente para o que aconteceu no segundo trimestre”, diz o analista da Ativa.

A Natura é um caso à parte, pois não é dependente do varejo físico e nem do online. Sua grande força de vendas são as revendedoras por catálogo, que representam algo como 90% das vendas totais. No primeiro trimestre, a empresa de cosméticos teve um avanço de 2,4% nas vendas, mas é difícil medir quanto disso foi antes do início da pandemia do coronavírus. O resultado do segundo trimestre deve mostrar se essas revendedoras mantiveram as vendas mesmo durante o isolamento social.

Por fim, a Linx deve divulgar seus resultados nesta semana. Apesar de não vender diretamente para o consumidor, a empresa administra os sistemas de boa parte do varejo brasileiro. Assim como aconteceu com a Cielo, o fechamento do comércio deve afetar os resultados da Linx, que serão um bom termômetro para medir o impacto no consumo.

Construção civil

As expectativas quanto ao desempenho das construtoras e incorporadoras também é alta. Mesmo com a paralisação de parte das atividades econômicas, essas empresas conseguiram manter as obras funcionando, o que não impactou de forma significativa o operacional.

“Os dados de emprego formal mostram que o setor de construção civil tem segurado suas vagas de trabalho, e que tem sido destaque durante a crise”, diz Arbetman, da Ativa Investimentos. Ele acredita que as vendas de imóveis caíram no período, mas que a taxa de juros no menor patamar da história ajudou a dar fôlego para que o crédito imobiliário estimule o setor.

MRV, Cyrela, Eztec e Tecnisa vão divulgar seus resultados nesta semana. A MRV empresa pode ter sido afetada de forma mais intensa, pois é concentrada no segmento de baixa renda e depende da liberação de recursos do governo para o programa Minha Casa Minha Vida. Já as outras são concentradas no segmento de média e alta renda, e por isso tendem a ser menos impactadas.

Bancos

O grosso da temporada de divulgação dos bancos aconteceu nas últimas duas semanas: os bancões Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil já reportaram seus números. Todos tiveram uma queda no lucro e um aumento no volume de provisões (como são chamadas as reservas para cobrir uma possível inadimplência dos clientes).

Dos bancos listados na bolsa, faltam somente o BTG Pactual e o Inter. No caso do primeiro, a inadimplência não é bem uma preocupação. No primeiro trimestre, o BTG foi bastante afetado pela crise no mercado de ações — a bolsa chegou a despencar 30% em março. Com a recuperação gradual dos papéis, é possível que esse efeito negativo fique para trás.

O Inter é um banco digital e está em franco crescimento, por isso também não deve mostrar uma queda significativa em suas receitas. É possível que o banco tenha uma reserva maior de recursos para cobrir calotes, assim como aconteceu com os bancões.

Exportadoras

As principais produtoras de proteína animal vão divulgar seus resultados nesta semana. Embora haja expectativa de um impacto marginal pelo fechamento de frigoríficos, em razão da contaminação de funcionários pela covid-19, JBS, Marfrig e BRF devem se beneficiar da volta da demanda da China, assim como aconteceu com outras empresas exportadoras.

O mesmo vale para a Suzano que, a exemplo do que aconteceu com a Klabin, deve ter uma melhora operacional significativa. Os preços da celulose no mercado externo estão em alta, e as empresas estão ajustando a produção para surfar essa onda positiva nas cotações.

Veja mais resultados que serão divulgados nesta semana:

  • Itausa: 10 de agosto
  • Linx: 10 de agosto
  • Cosan: 10 de agosto
  • Eneva: 11 de agosto
  • BTG Pactual: 11 de agosto
  • BR Distribuidora: 11 de agosto
  • Raia Drogasil: 11 de agosto
  • Eletrobras: 12 de agosto
  • Taesa: 12 de agosto
  • Aliansce Sonae: 12 de agosto
  • Via Varejo: 12 de agosto
  • Tecnisa: 12 de agosto
  • MRV: 12 de agosto
  • Ultrapar: 12 de agosto
  • Marfrig: 12 de agosto
  • BRF: 12 de agosto
  • Bradespar: 13 de agosto
  • B2W: 13 de agosto
  • Lojas Americanas: 13 de agosto
  • Azul: 13 de agosto
  • BR Malls: 13 de agosto
  • CCR: 13 de agosto
  • B3: 13 de agosto
  • Banco Inter: 13 de agosto
  • Light: 13 de agosto
  • Equatorial: 13 de agosto
  • Copel: 13 de agosto
  • CPFL: 13 de agosto
  • Energisa: 13 de agosto
  • Hering: 13 de agosto
  • Natura: 13 de agosto
  • JBS: 13 de agosto
  • Rumo: 13 de agosto
  • Randon: 13 de agosto
  • Iochpe Maxion: 13 de agosto
  • Hapvida: 13 de agosto
  • Suzano: 13 de agosto
  • Unidas: 13 de agosto
  • Cyrela: 13 de agosto
  • Eztec: 13 de agosto
  • Cyrela Comercial Properties: 14 de agosto
  • Cemig: 14 de agosto
  • Cogna: 14 de agosto