Fundação Padre Anchieta

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Manu de três anos é uma criança muito alegre e disposta. Durante o dia gosta de andar de bicicleta, nadar e a noite às vezes acorda no meio da madrugada. A Natália disse que hoje a situação é bem melhor, porque antes, as noites não tinham fim.

Natália Alarcon, empresária e mãe de Manu diz que “ela dependia muito de mim pra dormir, ela acorda cerca de sete ou oito vezes por noite. Ia as três primeiras horas dormindo bonitinho e depois acordava de 40 em 40 minutos”.

De tanto acordar, a Natália se deu conta que não conseguia mais ajudar a filha. Foi quando procurou ajuda para tentar amenizar o problema. Ela descobriu que tinha que ensinar a filha como dormir. Uma coisa que pode até parecer simples, mas que muita gente, principalmente pais de primeira viagem desconhecem.

“Ela dependia de mim, não sabia que tinha que dormir sozinha, estava acostumada. E quando ela acordava, se desesperava”, diz. Por isso, Natália quebrou esse hábito e através de uma nova rotina de sono que ela passa a dormir sozinha. O processo demoraria cerca de quinze dias, mas em três a criança conseguiu se adaptar.

Se o problema com o sono da criança não for tratado ainda na infância, pode causar sérios problemas na saúde mental na adolescência, como depressão, por exemplo. É o que mostra um estudo feito por pesquisadores de Birmingham, na Inglaterra, com aproximadamente sete mil adolescentes entre 12 e 13 anos de idade. Muitos apresentaram transtorno de bordeline, um distúbio que reflete diariamente no humor e comportamento.

Foram analisados ainda fatores que podem estar relacionados a esses transtornos, como problemas familiares e abuso infantil.

A neuropsicóloga Deborah Moss, afirma que “junto com a questão de dormir mal durante anos de vida, porque a gente tá falando de crianças que dormiram mal e chegam na adolescência com questões de transtornos psiquiátricos, a gente vai vendo que existe uma e a questão do sono é um gatilho que traga isso à tona”.

A neuropsicóloga ainda faz um alerta: se perceber que o filho esta com problemas para dormir, a primeira coisa é tentar descobrir quais são as causas e procurar ajuda o quanto antes, porque a má qualidade do sono entre as crianças é comum, mas não pode ser considerado normal.

“A questão respiratória precisar ser avaliada, alérgicas, isso quem avalia é o médico pra que seja descartadas questões clínicas. Ajustar a rotina que o bebê e a criança tenha a noção que está chegando a hora de dormir e se for o caso alterar a hora de dormir, que pode estar gerando dependência nos despertares noturnos”, finaliza Deborah.