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Ações da Hypera sobem após acordo com Corinthians para “rebatismo” do Itaquerão

As ações da farmacêutica Hypera sobem mais de 2% nesta terça-feira (dia 1º), após a empresa anunciar um acordo de naming rights com o Corinthians, para nomeação do estádio do time.


01/09/2020 14h25

As ações da farmacêutica Hypera sobem mais de 2% nesta terça-feira (dia 1º), após a empresa anunciar um acordo de naming rights com o Corinthians, para nomeação do estádio do time. A Arena Corinthians passará a se chamar Neo Química Arena — o acordo para “rebatismo” do estádio custou cerca de R$ 300 milhões e valerá por 20 anos.

O anúncio do negócio foi feito ainda durante a madrugada durante as comemorações do aniversário de 110 anos do Corinthians. A Hypera, fundada em 2001, é uma das maiores farmacêuticas do país, dona de marcas conhecidas pelos brasileiros, como Buscopan, Benegrip, Doril, Epocler, Marthiolate, Rinosoro e Gelol. A Neo Química é a divisão de medicamentos genéricos da Hypera.

A empresa tem ações ordinárias listadas na bolsa sob o código HYPE3, e bateu hoje o valor de mercado de R$ 20 bilhões. Apesar da alta recente, motivada pelas conversas com o Corinthians e pela própria alta do Ibovespa, que registra ganho de mais de 2% nesta terça-feira, as ações da Hypera já tiveram dias melhores.

Em meados de março, os papéis chegaram a ser negociados acima dos R$ 41, um patamar que só havia sido alcançado em 2009. Depois as ações despencaram, assim como aconteceu com a maioria das empresas listadas na bolsa, em razão da pandemia do coronavírus. A recuperação total ainda não aconteceu: hoje, a Hypera está sendo negociada na casa dos R$ 32.

Pode falar mais sobre a empresa? Com quase 20 anos de mercado, a Hypera ocupa o posto de maior grupo farmacêutico brasileiro. Antes chamada de Hypermercas, a farmacêutica cresceu com a aquisição de marcas de medicamentos já consolidadas no mercado. A operação mais recente foi a compra da linha Buscopan e Buscofem da alemã Boehringer Ingelheim, no final do ano passado.

Em paralelo com o sucesso em aquisições de marcas, a empresa enfrenta uma série de problemas na Justiça. O principal acionista da Hypera, João Alves de Queiroz Filho, firmou um contrato de delação premiada com a PGR (Procuradoria Geral da União), em um processo que investiga o pagamento de propina a parlamentares do MDB e do PSDB para o favorecimento da Hypera em projetos no Congresso.

Além de Queiroz Filho, outros ex-executivos da empresa são investigados: o ex-presidente Cláudio Bergamo e os ex-diretores Carlos Roberto Scorsi e Nelson José de Mello. Além de comprometerem-se com a delação, os empresários fizeram o acordo para o pagamento de R$ 1 bilhão à PGR, o maior valor já entregue à Justiça.

E o desempenho financeiro? A farmacêutica registrou um lucro de R$ 396 milhões no segundo trimestre, uma alta de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior. O avanço significativo aconteceu pela redução de despesas, já que a Hypera colocou seus colaboradores de férias durante a pandemia e deixou de gastar com as amostras distribuídas para médicos, e pelo avanço de receitas com a venda de medicamentos.

As vendas de produtos do segmento chamado consumer health (medicamentos que não necessitam de prescrição) aumentou, o que, segundo a empresa, foi consequência da corrida dos consumidores às farmácias no início da pandemia de covid-19. No entanto, as vendas totais caíram 1,6%, impactadas justamente pelas medidas mais restritas pela quarentena entre abril e junho.

O investimento em marketing despencou no trimestre, mas deve ter uma alta no terceiro trimestre, em razão da operação com o Corinthians. Os detalhes do pagamento dos R$ 300 milhões ainda não foram divulgados, e nem quanto a empresa espera gerar com o uso do nome Neo Química no estádio do Timão.

De qualquer forma, a Hypera já afirmou que mira um crescimento das receitas líquidas para o ano de 2020. A farmacêutica espera faturar R$ 4 bilhões, um avanço de 21% em relação a 2019.

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