6 minutos

Análise: Por que os preços da comida disparam e a inflação não sobe?

Uma visita ao supermercado não deixa dúvidas: a comida ficou mais cara.


09/09/2020 10h06

Uma visita ao supermercado não deixa dúvidas: a comida ficou mais cara. Em alguns casos, bem mais cara. O arroz aumenta semana a semana. Até a linguiça, estrela de nove em cada dez churrascos pelo país, disparou. O custo dos alimentos ganhou tal protagonismo no debate nacional que o presidente Jair Bolsonaro chegou a pedir para que os empresários do setor trabalhem com margens mínimas e não reajustem seus preços, se puderem. Tabelamento, por ora, está descartado.

Nesta quarta-feira, o IBGE informou que a inflação oficial do Brasil em agosto, medida pelo IPCA, foi de 0,24%. A dúvida é compreensível: por que a inflação é baixa, se os preços estão tão altos?

Há algumas explicações para isso. Vamos a elas.

Peso da comida

O IBGE divide os preços em 9 categorias principais. São elas Alimentação e bebidas, Habitação, Artigos de residência, Vestuário, Transportes, Saúde e cuidados pessoais, Despesas pessoais, Educação e Comunicação. Cada uma delas com um peso específico para a formação do IPCA.

Alimentação corresponde, na média nacional, a 20% do IPCA. Esse peso varia de capital para capital. Em Brasília, a comida corresponde a 16% do índice de inflação, enquanto em Belém chega a 26%.

Portanto, ainda que a comida fique mais cara, ela tem potencial limitado de empurrar para cima a inflação. Se as outras oito categorias do IPCA estiverem estáveis, a inflação será baixa. Em agosto, por exemplo, os preços relacionados às depesas com educação caíram 3,47%.

Comida em casa x Comida fora de casa

Pelo IPCA, a categoria Alimentação e Bebidas subiu 0,78% no mês passado. Mas é importante lembrar que gastos com alimentação não se restringem ao supermercado. Para fazer os cálculos da inflação, o IBGE considera também as despesas fora de casa, desde cafezinhos na padaria até refeições em restaurantes. E, com o isolamento social e a queda no movimento, os restaurantes estão segurando os preços e evitando reajustes. Isso contribui para segurar a inflação.

Diversidade de preços

Produtos mais consumidos chamam mais a atenção. Variações no preço do arroz, do feijão e da carne, itens básicos na alimentação diária do brasileiro, são facilmente notadas. Mas a pesquisa do IBGE é ampla, e considera centenas de itens. Para formar o IPCA, são registrados os preços de itens como o açúcar demerara, o coentro e a couve-flor. A lista é enorme, e você pode consultar aqui.

Portanto, apesar de importantes, algumas altas pontuais acabam diluídas diante da estabilidade (ou queda) de outros produtos alimentícios.

ÚLTIMAS DO FUTEBOL

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Calendário de pagamentos do IPVA começa nesta quinta-feira (11) em São Paulo

Prazo para que todas as unidades federativas comecem a emitir a nova CIN termina nesta quinta (11)

Brasileiro sequestrado no Equador é liberado pelos criminosos

Atuação de Israel na Faixa de Gaza já deixou mais de 23,3 mil mortos

Mega-Sena pode pagar até R$ 5,5 milhões no sorteio desta quinta-feira (11)