Um tratamento inédito com a utilização de células-tronco está ajudando a recuperar onças-pintadas que tiveram as patas queimadas nos incêndios do Pantanal.
Duas onças-pintadas resgatadas da região foram levadas ao NEX (Instituto de Preservação e Defesa dos Felídeos da Fauna Silvestre do Brasil em Processo de Extinção), localizado em Goiás. Uma delas é a fêmea Manaci, de 60 quilos, que sofreu ferimentos graves nas quatro patas. Além do curativo, Manaci recebeu células-tronco de outra onça já tratada pela organização.
"Ela chegou para nós sem conseguir apoiar as quatro patas no chão, com muita dor. A partir da aplicação da célula-tronco a gente pôde observar um auxílio nesse processo cicatricial, uma diminuição do processo inflamatório", conta a doutora em Ciência Genômica e Biotecnologia Patrícia Malard.
As células-tronco aplicadas pelos cientistas englobam partículas inflamatórias advindas da lesão, e passam a produzir proteínas que atuam na recuperação da ferida. "O que é feito no tratamento com células-tronco é acelerar a resposta que já existe", explica Patrícia.
Agora, células-tronco retiradas da Manaci também serão utilizadas para ajudar uma outra onça ferida nos incêndios do Pantanal. O macho Ousado foi levado para a Universidade Federal do Mato Grosso em um helicóptero da marinha e recebeu os primeiros curativos. Em seguida, foi encaminhado para Goiás.
"Em animais silvestres, a necessidade de uma recuperação rápida é muito importante para que eles seja reintroduzidos na natureza. Quanto mais tempo eles ficam sendo tratados em cativeiro, mais difícil é essa reintrodução", completa a doutora.
Assista à reportagem do Repórter Eco:
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