Fundação Padre Anchieta

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Uma das razões para os investidores torcerem o nariz para as criptomoedas é a alta volatilidade. O bitcoin, por exemplo, teve o clássico desempenho de montanha russa: multiplicou por 10 seu valor em meses, depois amargou uma desvalorização de mais de 70% e, por fim, recuperou tudo outra vez. Hoje (12), a moeda digital bateu a maior cotação da história, superando os US$ 16 mil.

Lidar com um ativo com tantos altos e baixos é uma tarefa difícil, mas a pandemia do coronavírus mudou completamente a percepção de risco do mercado. A volatilidade, que era regra para quem buscava risco e retorno potencial maior, atingiu a maioria dos investimentos — até mesmo os considerados muito seguros.

Diante de um cenário diferente, os investidores adaptaram a sua tolerância à volatilidade. A mudança de percepção deu um empurrão nas cotações de ativos de risco, mas as criptomoedas foram destaque. Desde o início do ano, o bitcoin acumula alta de mais de 120%. Além da maior aceitação ao risco, os criptoativos estão sofrendo uma revolução própria.

Gigantes de pagamento passaram, recentemente, a aceitar transações com bitcoins. A iniciativa mais recente foi do PayPal, que vai aceitar a criptomoeda em pagamentos e compras digitais. A novidade, que trouxe robustez para o uso do bitcoin, pavimentou o caminho de alta das cotações.

“Foi uma notícia muito impactante para o mercado de criptoativos, porque indicou um enorme potencial para aumento na base dos usuários”, diz João Marco Braga da Cunha, gestor de portfólio da Hashdex, gestora de criptomoedas.

Antes de tudo, pode me explicar melhor o que é o bitcoin? Trata-se de uma moeda digital, cuja emissão e controle são descentralizados. Isso significa que não existe um emissor oficial de bitcoins, e sim uma rede bastante extensa de mineradores que “produzem” seus próprios valores.

Como assim? Explicando de forma bastante simplificada: um supercomputador é utilizado para decifrar e validar transações de cripto na rede, e toda vez que ele é bem-sucedido, o minerador — que é dono daquele computador– recebe um determinado valor em bitcoins. Imagine, agora, que existem várias dessas máquinas minerando bitcoin diariamente.

É seguro? O pulo do gato da tecnologia não é só a descentralização, mas também o “encaixe” das informações transacionais que protege o sistema de manipulações e fraudes. Essas informações são organizadas em blocos encadeados, que são compatíveis somente em sequência — é a tecnologia do blockchain, que tem sido usada em várias outras frentes, não só nas criptomoedas.

O que mais explica a alta recente do bitcoin?

O crescimento da volatilidade em outros ativos foi um importante componente para o avanço das cotações, mas não foi o único. As eleições nos Estados Unidos impactaram a cotação do dólar, enfraquecendo a moeda norte-americana frente a várias outras moedas, inclusive o real.

Apesar de o dólar ser a mais forte divisa do mundo, há um receio crescente sobre o endividamento dos Estados Unidos e sobre uma crise que poderia afetar diretamente a moeda americana.  O bitcoin, por incrível que pareça, virou refúgio.

“Há uma pressão maior para os governos gastarem com medidas de combate à pandemia do coronavírus. Uma das principais teorias que alicerçam a alta dos criptos é o refúgio para uma eventual impressão desenfreada de dinheiro”, diz o gestor da Hashdex.

Então a cotação não deve cair? Depois de uma valorização tão longa, é esperado que o bitcoin tenha algum recuo nos próximos dias. Agora que as eleições nos EUA foram concluídas, o noticiário da pandemia tem influenciado diretamente as cotações das criptomoedas. A notícia da eficácia da vacina da Pfizer, comprovada em testes preliminares, por exemplo, baqueou o preço do bitcoin na última segunda-feira (9).

A duração da pandemia vai influenciar diretamente o tamanho dos pacotes financeiros aprovados pelos países para socorrer a economia. Uma vacina poderia abreviar o ciclo de contaminação, o que indicaria um fortalecimento dos ativos tradicionais — e, por consequência, indicaria um enfraquecimento do bitcoin.

“É provável que em algum momento a cotação recue, como é da natureza dos criptoativos. Mas não parece que estamos diante de uma bolha, que causaria um recuo tão grande no preço, assim como aconteceu no final de 2018”, diz Cunha, da Hashdex. Ele explica que a euforia do recorde pode estimular um movimento de realização de lucros, assim como acontece no mercado de ações.