Brad Raffensperger, Secretário de Estado da Geórgia, nos Estados Unidos, relatou que tem sido pressionado por outros republicanos e até ameaçado de morte por causa dos resultados das eleições presidenciais no estado.
Em entrevista ao jornal The Washington Post publicada nesta segunda (16), Raffensperger afirmou que aliados de Donald Trump em seu partido, como o senador Lindsey Graham, questionaram a validade de votos emitidos legalmente para Joe Biden como parte de um esforço para reverter o resultado em favor de Trump.
"Além de irritado, você também se sente desiludido. Ainda mais quando as ameaças vêm de gente que está do seu lado no espectro político", disse Raffensperger. As mensagens ameaçadoras que o secretário e sua família têm recebido trazem referências diretas à auditoria manual das cédulas que está em curso no estado: "É bom você não estragar essa recontagem. Sua vida depende disso", dizia uma delas.
Diante da vitória apertada do partido democrata - uma diferença de cerca de 14 mil votos -, o estado anunciou dias depois da eleição que faria uma recontagem manual. Para o secretário, a auditoria vai reafirmar a segurança do resultado e provar a eficácia e precisão das máquinas de contagem Dominion.
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Os equipamentos de contagem usados na Geórgia, fornecidos pela empresa Dominion Voting Systems, do Colorado, estão no centro de alegações de fraude repercutidas pelo próprio presidente Donald Trump e seus aliados.
Raffensperger se mostrou frustrado com a acusação de que as máquinas seriam produzidas por uma empresa "de esquerda" supostamente ligada à Venezuela e fazem parte de uma conspiração para favorecer Biden. Segundo ele, não há qualquer evidência disso, e alguns condados que já começaram a recontagem reportaram resultados idênticos aos contabilizados pelas máquinas.
O secretário afirmou que toda e qualquer acusação de fraude será investigada, mas que até agora não foram encontrados indícios de manipulação de votos em proporções suficientes para reverter o resultado da eleição.
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