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Divulgação/Governo de São Paulo
Divulgação/Governo de São Paulo

Após a rejeição do tombamento do Complexo Esportivo Ibirapuera pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) nesta segunda (30), o governo de São Paulo agora tem caminho aberto para levar adiante o projeto de concessão do local para transformação em um novo complexo pela iniciativa privada.

De acordo com o Relatório Econômico-financeiro Preliminar e Referencial apresentado pela Secretaria Estadual dos Esportes, os usos previstos para o local são: arena multiuso, atividades esportivas, comércio e serviços, shopping, hotel, residencial com serviços, edifício multiuso e estacionamento. 

Confira o Documento Referencial V – Relatório de Modelagem Econômico-Financeira feito pelo Governo do Estado de São Paulo na íntegra

Embora a proposta apresente um plano que inclui a conversão do Ginásio Geraldo José de Almeida em um shopping, a decisão vai depender do concessionário que eventualmente encabeçar o projeto. Como trata-se de uma projeção para conceder o espaço à iniciativa privada, o resultado final não precisa seguir obrigatoriamente o Cenário Base proposto pelo governo, que estima as possibilidades, custos e receita para o futuro concessionário.

O governo do estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Governo, contratou a Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe) para elaboração do relatório, que detalha a construção de um centro comercial com 31 mil m² de área computável, entre lojas âncora (acima de 1.000 m²), megalojas (entre 250 e 499 m²), lojas satélites (até 250 m²), além de espaço para conveniências, serviços, entretenimento e quiosques nos corredores. O edital de concessão ainda está sendo elaborado e está previsto para o mês de dezembro.

O Complexo Desportivo do Ibirapuera Constâncio Vaz Guimarães compreende, além do Ginásio Geraldo José de Almeida, o estádio de atletismo Ícaro de Castro Melo, o conjunto aquático Caio Pompeu de Toledo e o Ginásio Poliesportivo Mauro Pinheiro. Em fevereiro de 2018, o então governador Geraldo Alckmin (PSDB) lançou um edital de concessão para o local que foi aprovado pela Câmara Municipal.

Protestos

A iniciativa do governo do estado foi recebida com duras críticas por atletas, comunicadores esportivos e cidadãos paulistanos nas redes sociais. Internautas levantaram a hashtag #abraceoibirapuera para promover um protesto no local às 9h do próximo domingo (6). 

Atletas como a medalhista olímpica Ana Moser citaram a importância do ginásio para o esporte nacional. "São Paulo precisa desse complexo esportivo", escreveu.


O jogador Bruno Rezende também se manifestou pelo Twitter sobre a possibilidade de demolição do ginásio, que ele classificou como "triste". "Por mais que entenda que o manter um complexo requer muito dinheiro do estado, acredito que iniciativas com ajuda privada poderiam evitar isso e ainda melhorar o uso", escreveu.

Em outra publicação, feita logo em seguida, ele ressaltou a importância do esporte para a sociedade e continuou: "Espero que revejam essa decisão e possam dar mais valor e melhor uso do nosso patrimônio histórico".


Em nota, a Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo afirma que a concessão vai manter a função principal do espaço e que a proposta de arena multiuso, com capacidade para 20 mil pessoas, vai permitir que a cidade passe a receber diversos eventos esportivos.

Leia a nota de esclarecimento na íntegra:

O processo de concessão do Complexo Desportivo Constâncio Vaz Guimarães mantém a função principal do espaço, que é esportiva. Com a modernização a ser realizada pelo concessionário, o local passará a contar com uma arena multiuso moderna e capacitada a receber os mais variados eventos esportivos, o que não ocorre atualmente. O espaço coberto terá capacidade para 20 mil pessoas, o que não existe hoje no município de São Paulo. A Lei Estadual 17.009/19, aprovada pela Assembleia Legislativa e que autoriza a concessão, garante também espaços gratuitos para a prática de esportes e lazer da população em geral - hoje as atividades são restritas a uma pequena parcela de pessoas. Outras atividades complementares serão permitidas, como pontos de comércio, lazer e entretenimento, mas como suporte à função principal do complexo. O Governo de SP, portanto, esclarece que é falsa a informação de que será instalado um shopping no local.

O custo da manutenção do complexo para o estado é de cerca de R$ 15 milhões por ano, onerando os cofres públicos. Com a proposta, os gastos para sua operação serão assumidos pelo concessionário, que vai investir R$ 1 bilhão nas obras e na manutenção do Complexo Desportivo Constâncio Vaz Guimarães. A concessão vai atrair, ainda, melhorias ambientais, viárias e urbanísticas, além de gerar empregos e renda para o município.

A proposta de abertura do processo de tombamento do complexo no Condephaat foi amplamente discutida entre os conselheiros. A opção contra a abertura do processo foi definida por 2/3 dos membros, incluindo especialistas em História da Arte e Urbanismo e representantes de entidades técnicas e da sociedade civil.