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A revista Piauí publicou nesta sexta-feira (4), relatos detalhados dos casos de assédio sexual e moral que envolvem o humorista Marcius Melhem, na época em que era diretor do programa Zorra Total, da TV Globo. As ações têm como principal vitima a também humorista Dani Calabresa, que levou os casos à emissora.

A reportagem aborda várias situações explicitas de assédio, que teriam Marcius como principal abusador, e também cita as declarações dadas sobre os casos por Marcelo Adnet, colega de emissora e ex-marido de Dani Calabresa, em participação no programa Roda Viva, da TV Cultura.

Durante a ocasião, a repórter Anna Virgínia Balloussier, da Folha de S. Paulo, perguntou a ele se sabia sobre os casos, e se testemunharia caso fosse convocado.

"Olha eu não sabia. Se alguém me convocar algum dia para algum tipo de esclarecimento, claro que sim [iria]. Eu não tenho nada a esconder e sou um cara muito distante das relações empresariais, muito distante das decisões executivas. Eu nunca ocupei um cargo executivo e nunca quis uma vida executiva, como o Marcius estava tocando a atividade dele muito baseada nisso, além da vida de ator. (...) Isso é um assunto para ser resolvido não por um ator, eu não tenho esse poder de justiça e de Instituição, para tomar uma decisão tão importante e tão delicada também. Então, eu sinto que se eu falar qualquer coisa, vou ser leviano, porque não é uma questão de opinião ou de gosto, é uma questão mais séria", respondeu Adnet.

Quando confrontado novamente sobre o caso pela repórter, que dessa vez citou o nome de Dani Calabresa, ele reiterou: "Eu não sabia. Se realmente soubesse de alguma coisa, eu teria me envolvido e me engajado em alguma situação. Mas de novo, acho que esse não é um assunto que parte de uma questão de opinião, ou de ponto de vista. Eu acho que se a gente quer tratar as coisas com seriedade, isso tem que ser resolvidas por instâncias superiores e institucionalmente, e não através da minha opinião; acho que reduziria uma questão muito seria a uma palavra minha e eu não posso fazer isso em respeito às pessoas que podem estar envolvidas."

Em meio a abstenção de Adnet, a apresentadora Vera Magalhães voltou na questão, retomando a gravidade dos casos e ainda perguntou: "você não está passando pano para seu amigo?"

"Eu acho que se alguém comete um assédio em um ambiente de trabalho, por exemplo, isso é inadmissível. Quero lembrar que fui abusado duas vezes e sei como as vítimas sofrem. (...) Não vou dizer que sim, nem que não, porque a minha opinião é exatamente a opinião da dúvida. Quando nos apressamos em dar uma opinião, condenatória ou não, aí sim estamos sendo levianos", respondeu.

Adnet ainda foi questionado por Vera se, nesse caso, não estaria dando o benefício da verdade para as vítimas. O humorista entrou em contradição e respondeu que sempre estará do lado das vítimas e que não tem nenhuma questão sobre o assunto. 


Após as respostas, Adnet sofreu retaliações nas redes sociais, acusado de passar pano para Melhem. Para a repostagem que envolve o humorista, a Piauí ouviu 43 pessoas, entre elas, duas vítimas de assédio sexual, sete vítimas de assédio moral e três vítimas dos dois tipos de assédio. Procurado pela revista, Melhem não quis prestar esclarecimentos.

Veja os trechos da entrevista.