O incêndio na Boate Kiss, que matou 242 pessoas no Rio Grande do Sul, completa oito anos nesta quarta (27). Quase uma década depois, familiares seguem aguardando o julgamento dos acusados pela tragédia.
A Justiça do Rio Grande do Sul mantém no processo quatro réus: respondem por homicídio simples os donos da boate, Elissandro Callegaro e Mauro Hoffmann, além de Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha, integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que tocava no local no dia do acidente.
Na madrugada de 27 de janeiro, Marcelo, que era vocalista da banda, acendeu um sinalizador de uso externo dentro da boate durante um show. O equipamento incendiou a espuma acústica que revestia o local. A fumaça gerada durante o fogo continha elementos tóxicos e foi responsável pela morte da maioria dos jovens que estavam presentes.
O Ministério Público estadual identificou, também, que os donos da boate impediram a saída dos jovens já durante o incêndio por medo de que eles não pagassem o que havia sido consumido até então. Segundo o MP, o local funcionava sem respeitar medidas básicas de segurança: as saídas de emergência estavam bloqueadas e os extintores de incêndio vencidos na noite do acidente.
O processo deve ir a júri popular, mas ainda não há data marcada para a sessão. Para Flávio Silva, presidente da associação de familiares das vítimas, as pessoas que viveram o luto após o incêndio aguardam o julgamento na esperança de que a tragédia não fique impune: "Essa espera já se estendeu por oito longos anos de muita dor e sofrimento. Agora a gente está vendo uma luz no fim do túnel na data da realização desse júri", afirma.
Assista à reportagem do Jornal da Tarde:
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