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Há um ano o mundo sofre com a pandemia da Covid-19. Tiveram fases de melhora, de piora, governos tomaram e continuam tomando as mais diversas medidas de restrição para conter o avanço da doença. Agora, a nova preocupação é com o surgimento das variantes do novo coronavírus, que são mais agressivas. Mas o que elas têm de diferente do vírus original e o que podemos fazer para frear o seu desenvolvimento?

Para responder essas e outras dúvidas a respeito das variantes, o site da TV Cultura entrevistou Melissa Valentini, infectologista do Grupo Pardini.

Melissa explica que, pelo coronavírus ser um vírus de RNA, é característica dele se replicar rápido e diversas vezes. “Como ele não tem um checklist para ver se essa replicação foi adequada, às vezes ele troca algum nucleotídeo, algum aminoácido da sequência genética dele e isso gera mutações”.

No caso das variantes que estão surgindo, também conhecidas como cepas, a infectologista conta que elas possuem algumas mutações em uma das regiões genéticas do vírus, que é a proteína S da espícula do vírus, local onde ele se liga à célula humana. Essa alteração implicou no aumento da infecção. O vírus aparentemente consegue replicar muito mais vezes, tem uma carga viral muito mais alta e com isso atinge o maior número de pessoas.

Por conta disso, a maioria dos países está com restrição aos brasileiros, pois duas das variantes que circulam mundialmente são daqui, e por ser algo recente, pouco se sabe sobre suas características. “O que a gente tem certeza é que é uma variante com maior transmissão. Há dúvidas também em relação à variante do Reino Unido. Alguns estudos mostram que ela tem mortalidade maior, que é mais grave. Mas aqui no Brasil, a gente ainda não tem certeza”.

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De acordo com a infectologista, o grande problema é a falta de um sequenciamento metódico no percentual de amostras. Dessa forma não é possível falar com clareza sobre as variantes, se há uma nova ou qual é mais preponderante em cada região.

“A gente pode ter outras variantes sim, isso é possível, porque a gente está numa pandemia em total descontrole, se replicando muito e é extremamente comum que você tenha novas variantes”, conta.

Questionada sobre o impacto das variantes na pandemia da Covid-19, Melissa relata que, com o vírus alterado, ele pode escapar à resposta imunológica, tanto a resposta imunológica induzida pela vacina, quanto à resposta imunológica de uma infecção anterior. Isso é perigoso porque pode fazer com que a pessoa tenha uma reinfecção.

Quatro variantes de interesse:

B17 – Reino Unido: Foi identificada em dezembro, mas retrospectivamente estava circulando no país desde setembro de 2020

501Y.V2 – África do Sul: Primeira aparição foi em agosto de 2020

P1 - Amazônia: Identificada inicialmente em viajantes japoneses que retornaram da região amazônica em dezembro de 2020

P2 – Rio de janeiro: É muito semelhante a variante P1

Valentini comenta que o que chama atenção é que as variantes surgiram em locais diferentes do globo, mas apresentam características em comum. Por exemplo, a facilidade de se modificar. Com essas mutações, o vírus ganha em maior transmissão.

Prevenção

A infectologista aconselha que a melhor forma de se prevenir é continuar seguindo os protocolos de segurança contra Covid-19. “Nesse momento a gente não sabe qual dessas variantes está circulando no Brasil, porque a gente não tem uma análise sistemática de sequenciamento desses vírus. Por conta disso, o distanciamento social precisa ser mais restrito, já que essas variantes transmitem mais”.

Ela reforça o uso de máscaras e recomenda que as pessoas de maior risco utilizem uma máscara efetiva, como a cirúrgica e por cima a máscara de pano, ou as máscaras N95 e PFF2.

“Se não conseguir usar máscaras profissionais, que não são tão acessíveis, use a de ano. É preferível usar qualquer máscara, do que nenhuma. O essencial é manter a máscara cobrindo adequadamente o nariz e a boca”, finaliza Melissa Valentini.