Líder do movimento Entregadores Antifascistas, Paulo Galo de Lima, mais conhecido apenas como "Galo", foi detido na Avenida Paulista, região central de São Paulo (SP), na manhã deste domingo (28). No boletim de ocorrência, consta que Galo foi preso por desacato às autoridades e então levado ao 078º Distrito Policial dos Jardins. Na presença de advogados, ele foi liberado por volta de 12h15 (de Brasília).

A detenção ocorreu após uma perseguição, que começou em Pinheiros, na zona oeste da capital, onde o entregador teria sido insultado por uma viatura da polícia e respondeu às ofensas, conforme relatado por ele ao site Alma Preta. 

Após parar em lanchonete para se alimentar, o ativista se deparou com outra viatura, acreditou que fossem os mesmos policiais que o insultaram e fez um gesto obsceno para eles. Em seguida, entrou em sua Kombi e seguiu rumo à Rodovia Raposo Tavares. A partir daí, começou a perseguição, que contou até com disparos nos pneus. 

Galo seguiu para a Av. Paulista, onde foi detido após perder o controle e bater com o veículo na grade de proteção do prédio da FIESP. "Se os caras tivessem me abordado lá (na Raposo Tavares, região periférica), a história teria sido diferente, talvez nem aqui eu estaria para trocar essa ideia. Aqui eles têm outra postura", explicou

A prisão de Paulo Galo foi informada pela assessoria jurídica que o acompanhou na delegacia, e publicou, em suas redes sociais, atualizações sobre a situação do entregador, diante da preocupação e de muitos questionamentos por parte de outros usuários. "Galo acaba de deixar a delegacia. Está tudo bem! Agradecemos a mobilização e as mensagens", publicou.

Por meio do advogado, foi solicitado que parassem as postagens sobre o caso naquele momento, conforme publicado pela página "Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio", que divulgou o incidente para que Galo conseguisse proteção e acompanhamento jurídico.