A CPI da Covid ouve nesta quarta-feira (12) o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República Fabio Wajngarten. Ele esteve no cargo de abril de 2019 a março de 2021 e deve falar sobre o atraso na compra de vacinas pelo Ministério da Saúde e sobre as campanhas do governo federal em temas como isolamento social e tratamento precoce.
A convocação de Wajngarten atende a requerimentos dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, e Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
Em entrevista à revista Veja, o ex-secretário disse que o Ministério da Saúde teria sido o responsável “pelo atraso das vacinas”. Randolfe Rodrigues destacou, segundo nota do Senado, que “[Wajngarten] informa possuir e-mails, registros telefônicos, cópias de minutas do contrato, dentre outras provas para confirmar sua afirmação”.
No início de seu depoimento, Wajngarten disse que sempre teve total liberdade para comandar a Secretaria de Comunicação, sem interferências. Ele ainda disse que a Secom fez 11 campanhas sobre a pandemia junto com o Ministério da Saúde, sendo 4 da Secom e 7 da pasta.
Wajngarten disse que é totalmente a favor da vacina. Ao ser questionado sobre as declarações negativas do presidente Jair Bolsonaro sobre as vacinas contra a Covid-19, o ex-secretário disse que as afirmações atingem de forma diferente cada pessoa. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) insistiu várias vezes para que ele respondesse as perguntas de maneira mais objetiva.
O relator ainda perguntou para o ex-secretário sobre os posicionamentos do presidente. "Pergunte a ele", respondeu Wajngarten. A resposta foi considerada desrespeitosa por parte dos senadores e pelo presidente da Comissão Omar Aziz (PSD-AM).
Em relação à carta da Pfizer, o ex-secretário disse que, no início, as propostas falavam "em irrisórias 500 mil vacinas". Ele ainda disse que nunca participou de negociações para obter imunizantes. "Eu entendo que a incompetência fica refém da burocracia", completou, quando falou sobre a atuação do ex-ministro da Sáude Eduardo Pazuello.
Wajngarten disse que a carta da Pfizer foi enviada em 12 de setembro e que em 9 de novembro foi avisado que não houve resposta. Ele afirmou que respondeu a carta no dia em que a recebeu.
"Havia uma promessa da Pfizer, se o Brasil se manifestasse no tempo adequado, ela invidaria os maiores esforços em aumentar a quantidade e diminuir o prazo e foi exatamente isso que exigi deles nos dois outros encontros", disse sobre o contato com a farmacêutica. Ele confirmou durante o depoimenti que se reuniu com o presidente da Pfizer no Palácio do Planalto.
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