Nesta segunda-feira (24), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo federal “todas as medidas necessárias” para proteger a vida, saúde e segurança de populações indígenas das terras Yanomami e Munduruku. Nas últimas semanas, esses locais estão sendo alvo de ataques.
Segundo a decisão, o governo federal deverá “destacar todo o efetivo necessário a tal fim e permanecer no local enquanto presente tal risco".
A decisão foi tomada após pedido feito pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Defensoria Pública da União e organizações de direitos humanos. Esses grupos defendem a retirada de garimpeiros das terras indígenas.
No pedido, as entidades alegam uma “escalada de conflitos e ameaça gravemente a vida, a integridade física e a saúde dos povos indígenas, além de lesar o meio ambiente". A preocupação é ainda maior pois esses ataques acontecem em plena pandemia da Covid-19.
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No momento da decisão, o ministro afirmou: “entendo suficientemente demonstrados os indícios de ameaça à vida, à saúde e à segurança das comunidades localizadas na TI Yanomami e na TI Munduruku. Tais indícios se expressam na vulnerabilidade de saúde de tais povos, agravada pela presença de invasores, pelo contágio por Covid-19 que eles geram e pelos atos de violência que praticam”.
Barroso também determinou que o governo deverá entrar em contato com o representante da Procuradoria-Geral da República para acompanhamento da operação e não terá permissão para dar publicidade às ações que possam comprometer o sigilo das operações.
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