O Linhas Cruzadas desta quinta (22), com o filósofo Luiz Felipe Pondé e a jornalista Thaís Oyama, falou sobre a obra do psicanalista Sigmund Freud.
Abertamente ateu, o pensador tinha uma visão a respeito da religiosidade que envolvia uma forma de regressão, explica Pondé. "Ele diz que as crianças sofrem de um desamparo natural da sua própria condição. Quando a gente nasce, à medida que a gente vai tomando consciência que a gente é algo, que é um ser humano, a gente percebe a dependência absoluta que a gente tem do meio que a gente vive, normalmente da mãe", afirma o filósofo.
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"O problema da religião, para Freud, é que o desamparo é uma condição humana contínua. À medida que o adulto cresce, ele racionaliza, ele não é tão dependente de outras pessoas", continua Pondé.
Ele explica que esse desamparo, na visão do psicanalista, resulta em um retorno à lógica infantil: [Freud] fala que a religião é um processo regressivo, então, em que esse adulto reproduz a solução infantil, que é acreditar que existem seres que te protegem. Só que no caso da criança, a criança não está delirando: existem os pais ou algo semelhante. Para Freud, está delirando então o adulto: ele regride psiquicamente para uma posição infantil e, nessa posição infantil, ele investe na existência de seres imaginários".
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Veja o trecho:
Assista ao programa na íntegra:
Exibido às quintas, Linhas Cruzadas é parte da faixa de jornalismo da TV Cultura que traz uma atração diferente para cada dia da semana após o Jornal da Cultura. Sob o comando de Luiz Felipe Pondé e Thaís Oyama, o debate semanal vai ao ar sempre às 22h.
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