Um estudo da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, mostrou que os algoritmos de plataformas como o Twitter estimulam comportamentos de revolta nas postagens.
Segundo o levantamento, publicações que expressam ultraje moral, nas palavras dos pesquisadores, são recompensadas com engajamento e "treinam" usuários para realizar posts similares no futuro.
Publicado em 13 de agosto, o estudo realizado pelo Departamento de Psicologia da universidade acompanhou atividades no Twitter de cerca de 7 mil usuários e mais de 12 milhões de publicações. Também foram feitos dois testes comportamentais controlados, que analisaram a percepção dos participantes sobre as interações.
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De acordo com o estudo, as recompensas de curtidas e compartilhamentos em determinados tipos de postagem têm influência direta sobre o comportamento dos usuários. "Descobrimos que expressões de feedback social positivo aumentam as chances de novas expressões de ultraje", explica o artigo científico.
Na prática, usuários que receberam engajamento maior em postagens com tom de revolta demonstraram mais chances de expressar o mesmo sentimento em outras publicações.
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Os pesquisadores também identificaram que as expressões de revolta mudam em espaços mais extremos ideologicamente: nessas redes, esse tipo de postagem é mais comum, porém os usuários são menos sensíveis ao feedback externo.
O artigo ressalta que os resultados demonstram o efeito do funcionamento dessas plataformas no debate público digital, mas lembra que mais estudos seriam necessários para avaliar o que isso significa em relação à vida fora das redes.
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