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Reprodução/TV Cultura
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Em entrevista ao Jornal da Tarde do último sábado (11), o neurobiólogo e primatólogo norte americano Robert M. Sapolsky falou sobre a vocação do ser humano para a guerra. O cientista, que lançou no Brasil o livro “Comporte-se – A biologia humana em nosso melhor e pior”, explica que a desigualdade entre as pessoas pode ser vista como um dos motivadores dos primeiros conflitos registrados na sociedade.

“Quando vivíamos em bandos de caçadores nas savanas, a guerra ainda não tinha sido criada, a sociedade era igualitária. As evidências de guerra só começaram a aparecer na época em que as pessoas começaram a cultivar lavouras, com a agricultura, assentamentos, essas coisas. Por quê? Porque assim que a agricultura foi inventada, há uns 10, 12, 15 mil anos, passou a existir a capacidade de ter comida sobrando, o que gerou a capacidade de criar coisas, itens. E assim que as coisas surgiram, veio a distribuição desigual delas, hierarquias, tudo isso, e vieram a guerra, a inveja, etc.”, comenta Sapolsky.

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Um dos temas trabalhados no livro é a fácil capacidade que os seres humanos têm de categorizar seus semelhantes entre “nós” e “eles”, gerando tensão entre determinados povos. O neurobiólogo falou sobre pautas de alguns políticos e chefes de estado de direita que envolvem discursos de ódio contra imigrantes e/ou outras minorias sociais.

“Acho que o motivo principal disso é que homens brancos mais velhos sem muita educação, que não têm muita estabilidade em seus empregos, descobriram que este país, que era a cultura deles há 20 ou 50 anos, não é mais, e que eles se tornaram culturalmente irrelevantes, com diversidade. E também porque um líder sociopata dos bons tem muito talento para perceber isso, e ele sabe que o que deve fazer é colocar um grupo de vítimas contra o outro”, diz o cientista.

Apesar das tensões geradas pelo convívio da humanidade, Sapolsky diz que há motivos para ser otimista. A experiência vivenciada pela Suécia é um exemplo. Segundo o neurobiólogo, “até 1815, os suecos eram os maiores e mais violentos babacas da Europa. Passaram o século anterior devastando tudo com seus exércitos, e por volta de 1815 algo mudou. Eles começaram a desenvolver a sociedade que agora reconhecemos como a de melhor qualidade de vida e de redes de apoio social. E há formas viáveis de reproduzir isso, não aconteceu ali por acaso.”

Assista à entrevista com o neurobiólogo Robert M. Sapolsky na íntegra:

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