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Reprodução/Instagram @itamaratygovbr
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Após uma investigação conduzida pelo Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, o embaixador do Brasil na Guiné-Bissau, Fábio Franco, deixará seu posto no país. As investigações concluíram que sua mulher tinha interferência nas representações diplomáticas.

A informação divulgada é da Folha de São Paulo. De acordo com o veículo, a esposa Shirley Carvalhêdo Franco tinha influência na rotina da embaixada, tendo até uma sala. Além disso, praticava assédio moral e ofensas racistas. O canal recolheu depoimento de diversas pessoas, que permaneceram no anonimato com medo de retaliação, e todas afirmam que Shirley chamava as pessoas de “macaco” e afirmava que serviam "apenas para fazer sexo e não trabalhar". Segundo depoimentos, ela dizia que os olhos vermelhos estavam relacionados com malária.

Várias denúncias foram feitas ao ministério, afirmando que ao chegar na residência oficial, os trabalhadores deviam levantar os braços para serem “desinfetados”, e que até soda cáustica foi jogada. A embaixadora também afirmou que usaria “chibatas” contra funcionários. Porém, em eventos na frente do público, afirmava adorar os funcionários.

De acordo com uma servidora, Shirley impediu a busca de substitutos para postos de ministras, afirmando que ela mesma iria assessorar e “moralizar” o órgão.

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Shirley Franco não é servidora, logo a apuração não pode abordar as injúrias raciais e o assédio moral. De acordo com depoimentos, ela teria controlado processos administrativos, mudança de horários, autorização de compras, e intervindo na área cultural.

Não só isso, a esposa de Fábio apareceu diversas vezes em conferências online, chegando a conduzir alguns eventos. Ela estaria assumindo o lugar de Ticiana Souza, a diretora do Centro Cultural Brasil-Guiné-Bissau.

A Corregedoria do Itamaraty abriu uma investigação com a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) por Fábio Franco, por irregularidades "de menor potencial ofensivo".

O embaixador reconheceu a inadequação de sua conduta, afirmando que iria cumprir deveres e proibições calculadas por lei. Ela voltará dois anos antes do previsto para o Brasil e assinou o termo que proíbe de transferir "a pessoa estranha à repartição [...] o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado".

É a primeira vez que Franco assume o cargo de embaixador, aprovado em 2018. Ele já tem um histórico de relações, foi diretor comercial do Brasil no Taiwan, e fez parte da comitiva do presidente Umaro Sissoco Embaló no Brasil. Em 2020, ele exportou US$ 3,4 milhões para a Guiné-Bissau e importou US$ 606 mil.

Após a assinatura da TAC, a embaixadora não apareceu mais na sede da representação diplomática. No último domingo (7), Shirley fez uma festa de despedida, sem explicar o motivo. 

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