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Uma pesquisa recente do Instituto Pólis, divulgada na última segunda-feira (28), mostrou que a população negra e de famílias matriarcais — com renda de até três salários mínimos — é maioria nas regiões do município de São Paulo, onde mais ocorreram mortes em decorrência da Covid-19. Os mesmos grupos foram os mais afetados por despejos ou ameaças de remoção durante a pandemia. 

“A Covid-19 não faz qualquer distinção biológica de raça ou cor, no entanto a população negra está mais exposta às condições que contribuem para o acesso desigual à saúde, piores condições de habitabilidade e maior mortalidade. No caso das áreas ameaçadas ou removidas, a população negra é majoritária porque historicamente ocupa regiões mais afastadas do centro, sob condições urbanas e habitacionais mais precárias e irregulares”, diz o texto da pesquisa.

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A população de pessoas negras na capital paulista representa 37% do total. No entanto, esse grupo é 47,3% da população dos bairros onde mais houve mortes decorrentes da Covid-19, concentrados na zona leste do município. Nas áreas com maior número de despejos e ameaças de remoção, concentradas nas regiões central e sul da cidade, os negros são 51,8%.

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Em famílias matriarcais, que são lideradas por mulheres com baixa renda, são 23,4% de mortes no município de São Paulo. No entanto, o percentual sobe para 27,9% nas áreas com mais despejos e ameaças de remoção e para 27,8% nas áreas com mais mortes decorrentes da Covid-19.

A pesquisa ainda acrescenta: "Remoções forçadas, além de serem uma ameaça individual para a saúde das populações, podem potencializar novas cadeias de contágio, contribuindo para o agravamento dos indicadores da pandemia na cidade”.