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Como a guerra na Ucrânia movimentou as eleições na França?

Disputa presidencial afunilou com o conflito no leste europeu e segundo turno deve ser mais acirrado


06/04/2022 11h21

As eleições presidenciais a serem realizadas no domingo (10), na França, tomaram contornos bem diferentes do que era previsto meses atrás graças a invasão da Rússia à Ucrânia.

A expectativa para as eleições no começo do ano era de uma disputa acirrada entre 5 candidatos que lideravam as pesquisas de intenção de voto, incluindo o atual presidente Emmanuel Macron.

Porém, com a intensificação dos conflitos no leste do continente europeu, o que se acompanhou foi um crescimento nas intenções de voto em Macron, ao mesmo tempo que a disputa começou a afunilar com a principal concorrente do presidente, Marine Le Pen.

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Le Pen é tida como uma candidata de extrema-direita anti-imigração, que teve a campanha extremamente comprometida pela proximidade que cultivava com Vladimir Putin, presidente da Rússia.

Com a guerra na Ucrânia, a campanha da candidata passou a adotar um tom mais apaziguador, e o foco passou a ser a alta do custo de vida necessário para morar na França, prometendo rever impostos e combater a inflação.

O conflito no leste europeu foi determinante para a queda da popularidade do também candidato de extrema-direita Eric Zemmour, comentarista de televisão que já foi condenado duas vezes por falas preconceituosas contra africanos e islâmicos (seus principais alvos).

Defendendo Putin até mesmo após o início da invasão ucraniana, Zemmour teve que voltar atrás em suas considerações a respeito do conflito e condenou a operação.

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Além desse problema, o candidato divide votos com Le Pen, mas possui uma retórica mais agressiva, menos atrativa para franceses ainda indecisos.

O Ifop, instituto responsável pela pesquisa de intenção de votos na França, aponta Macron como provável vencedor da corrida presidencial (primeira reeleição no país desde 2007). O presidente ganhou bastante apoio no começo do conflito na Ucrânia, muito por conta da prontidão em condenar a ação e propor sanções para a Rússia.

O instituto aponta como provável a existência de um segundo turno, que neste momento tende a ser composto pelo atual presidente e Marine Le Pen, repetindo a disputa de 2017.

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