Em pergunta feita pelo filósofo Joel Pinheiro, o cientista político afirma que o poder das palavras reitera ações problemáticas e riscos para a liberdade no país.
"Professor, aqui no Brasil uma das violações de normas mais comuns vindas do presidente da República são palavras. Palavras agressivas contra jornalistas, cientistas, e um histórico de falas insensíveis durante a pandemia e sobre o outro lado político. Muita gente vê isso e percebe que são discursos ruins, palavras feias que não deveriam ter sido ditas, mas, são só palavras, também não aão tão importantes assim. O senhor concorda com isso?", questiona Pinheiro.
"Eu discordo totalmente. Há diversas instâncias pelo mundo, e os autocratas sempre começam com palavras antes de obter poder e habilidade de transformar palavras em ações, eles começam com discursos. Hugo Chávez começou com palavras, assim como Fujimori", diz o estudioso.
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Professor em Harvard, nos Estados Unidos, é referência em estudos sobre a América Latina e um dos autores do best-seller “Como as Democracias Morrem”.
Participam da bancada de entrevistadores Daniel Bramatti, editor do Estadão Verifica, Janaína Figueiredo, repórter especial do Jornal O Globo, o filósofo e economista Joel Pinheiro, Ju Wallauer, apresentadora do podcast Mamilos, e Natalia Viana, diretora-executiva da Agência Pública.
Assista o programa na íntegra
Com apresentação de Vera Magalhães, o programa irá ao ar às 22h, na TV Cultura, site da emissora, canal do YouTube, Dailymotion, e nas redes sociais Twitter e Facebook.
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