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Há uma semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou o surto do vírus de Marburg, um dos mais letais do mundo, na Guiné Equatorial.

A origem de seu nome se dá em uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde foi documentado pela primeira vez, em 1967. Na época, causou surtos simultâneos em laboratórios e a morte de sete pessoas enquanto realizavam pesquisas com macacos.

Desde então, casos esporádicos foram registrados em países como Angola, Gana, Guiné-Conacri, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda. O vírus, que é transmitido por morcegos, apresenta um processo de incubação que ocorre em cerca de dois dias. Ao serem infectadas, as pessoas podem apresentar sintomas gerais, como febre, dores no corpo, mal-estar e sangramentos.

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Em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura, o médico sanitarista Gonzalo Vecina explica que o Marburg pertence à família do Ebola, e que os dois além de serem “primos” apresentam ação e infecção semelhantes. “Eles infectam por meio de contato com secreções do morto ou do paciente infectado, não se transmitindo por via aérea até onde temos conhecimento hoje em dia. Ele é mais lento [de se propagar], mas não é necessária uma grande quantidade para fazer a transmissão, então é considerado altamente infectante”.

O fato de serem parecidos pode ajudar em uma questão: a possibilidade da vacina usada contra o Ebola poder ser utilizada contra o Marburg, fato que, segundo ele, a OMS deve estar averiguando. “É uma vacina que usa uma tecnologia semelhante a da AstraZeneca para a Covid-19, que a gente chama de cavalo de tróia, um vírus grande que leva para dentro do organismo uma parte do vírus que você quer que o corpo produza anticorpos. Como são vírus muito próximos, uma das coisas que eu acredito que esteja sendo feita nesse momento é a verificação se a vacina do ebola consegue tratar”, expõe.

Até o momento, não existem medicamentos ou vacinas que combatam a ação do vírus, o que contribui para uma taxa alta de mortalidade, que pode chegar a 50% ou até mesmo a 80%, a depender da variante e dos cuidados de saúde prestados ao doente.

Uma das dúvidas em volta da doença neste momento é a possibilidade dela poder ou não causar o surgimento de uma nova pandemia, entretanto, segundo o especialista, o fato do vírus causar a morte rapidamente é uma das características que o “impedem” de sair de onde se encontra. “Tanto o Ebola quanto o Marburg [dificilmente podem causar uma pandemia], porque as pessoas não conseguem se deslocar tempo suficiente para que o vírus saia de lá”, destaca.

“No caso de um país tão grande como a China, com relações comerciais com o mundo inteiro, ela é uma forte candidata para disseminar qualquer doença que apareça, dada a quantidade de pessoas que se espalham por todo o mundo. No caso da Guiné Equatorial isso é muito limitado, a quantidade de pessoas que saem de lá para outros locais não deve ser grande, mas de qualquer forma essa é uma das preocupações da OMS, que está presente no país para verificar o que está acontecendo”.

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