O presidente da Câmara dos deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta quinta-feira (23) que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central só terá instrumentos para indicar uma possível baixa na taxa básica de juros após o anúncio do novo arcabouço fiscal que será apresentado pelo Ministério da Fazenda.
Em meio a críticas do governo à manutenção da Selic em 13,75% ao ano, o deputado afirmou que a autoridade monetária não pode se guiar por um texto de regra fiscal que ainda nem é público.
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"Quando você faz uma análise econômica, técnica, o Copom não pode ficar longe da meta de inflação. Ela baixa os juros, a gente corre o risco de ter um processo inflacionário. E o processo inflacionário custa muito mais caro que o efeito danoso do aumento dos juros", afirmou Lira em coletiva.
Ao comentar o arcabouço fiscal, o deputado voltou a elogiar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, tem agido com "muita coerência" e tem o respaldo da Câmara em relação ao texto da regra que substituirá o atual teto de gastos.
Entenda o caso
Na terça-feira (21), Arthur Lira disse que continuaria ajudando o Executivo nas discussões sobre a regra fiscal. O presidente da Câmara também afirmou, durante um jantar, que tem dado "todos os sinais públicos" para o fortalecimento de Haddad.
A expectativa era de que a proposta de arcabouço fiscal fosse apresentada ainda nesta semana, mas o presidente decidiu adiar o anúncio para depois de sua viagem à China, que ocorrerá de 26 a 31 de março. Lira e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) "receberam bem" as linhas gerais do arcabouço mostradas a eles por Haddad.
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