Fundação Padre Anchieta

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Durante a vida, os bichinhos de estimação se tornam companheiros do tutor e dos integrantes da família. Entretanto, a dor da perda é inevitável. No momento do luto, os responsáveis enfrentam um questionamento: O que fazer com o corpo do animal após a morte?

Antigamente, principalmente em cidades pequenas, as pessoas tinham o costume de enterrar os bichos no próprio quintal de casa, no entanto, em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura, o médico-veterinário Daniel de Araújo Viana, esclarece que a ação, apesar de não ser proibida, apresenta um risco biológico de altíssimo potencial contaminante.

“O cadáver despejado num ambiente sem cuidado, pode contaminar o lençol freático, que pode não abastecer diretamente a casa daquela pessoa, mas vai contribuir para a contaminação ambiental, para a área onde esse lençol freático drena”, pontua o membro da Comissão Nacional de Medicina Veterinária Legal (CONMVL) do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).

De acordo com o especialista, os cuidados com os cadáveres humanos e animais devem ser os mesmos, o que inclui a presença de urna para manter o corpo enquanto ele entra em estágio de putrefação. Também é necessário realizar a retirada do material e armazenar de forma diferente, mesmo que na mesma região, após um certo período de tempo. O que torna imprescindível optar pelo enterro dos animais em cemitérios específicos.

O descarte em rios, lagos ou em solo comum também não é uma opção, já que é considerado crime ambiental e pode render prisão de até quatro anos ou multa, que varia entre R$ 500 e R$ 13 mil.

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Atualmente, os tutores também podem seguir por outro caminho além do sepultamento: A cremação, que pode ser realizada de forma coletiva, junto com outros animais atendidos pelo lugar em questão e sem a devolução das cinzas. O processo também pode ser feito de forma individual, que permite a entrega das cinzas aos tutores.

Após o ato, as pessoas podem pegar e guardar a urna em casa ou enterrar próximo de si. Apesar de doloroso, todo o processo pode ser acompanhado pelo responsável do pet.

O que fazer logo após a morte do animal?

Para Daniel, o ideal é que a pessoa vá ao veterinário e solicite um exame de necropsia, mesmo que se conheça o histórico de saúde do animal. “É um fechamento, inclusive para o luto. Ele esclarece o porquê da morte mesmo durante tratamento, e isso dá para a pessoa um conforto”, expõe.

Após a realização, o especialista deve emitir obrigatoriamente um atestado de óbito com as informações levantadas, que podem ser utilizadas para notificações de doenças junto a vigilância epidemiológica. Entretanto, o documento não é obrigatório para que o enterro ocorra, diferente do caso dos humanos.

É necessário assinar algum documento para a saída do pet do veterinário?

Não há obrigatoriedade nenhuma de liberação do corpo para o tutor. Embora o pet seja senciente e tenha direitos, na legislação, ele é considerado como uma propriedade dos donos, por isso, muitas vezes as clínicas e estabelecimentos solicitam apenas uma assinatura de recibo de entrega. Optar por contratar serviços de enterro ou de cremação no local de atendimento também não são obrigatórios.

Valores por São Paulo

Os valores para a cremação variam pelo Brasil, inclusive na cidade de São Paulo. Os preços podem chegar a quase R$ 2.000, a depender do peso do pet. De acordo com o local, a retirada do corpo pode ser realizada por uma equipe especializada em clínicas, hospitais e residências, com apresentação de certificado de cremação.

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Para aqueles que optarem pelo enterro, a faixa de preços é a mesma. Nesse caso, os animais podem ser sepultados em uma cova junto com outros ou individualmente em um caixão de madeira e apresentar uma lápide de identificação com data de nascimento e falecimento.

Uma alternativa preventiva e que pode até mesmo sair mais barata são os planos funerários, que podem ser parcelados e pagos antes mesmo da morte, o que pode evitar a necessidade de um valor alto em um curto período de tempo.

Recolhimento da prefeitura

Em São Paulo, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) só recolhe animais mortos quando estes são de interesse em saúde, ou seja, que são suspeitos de alguma doença que pode ser transmitida aos seres humanos. O recolhimento de animais mortos em áreas públicas é realizado pela subprefeitura da região.

Quais animais são de interesse em saúde?

Cães ou gatos:

Que morderam/arranharam pessoas nos 10 dias que antecederam a morte;

Que tiveram contato com morcegos nos últimos seis meses antes de morrer;

Que foram mordidos/arranhados por animais desconhecidos nos seis meses que antecederam o óbito;

Que convivem ou tiveram contato com sagui/macacos;

Todos os gatos.

Cães, gatos e outros animais:

Que foram atropelados;

Que apresentam sinais clínicos neurológicos (convulsão, tremores, andar cambaleante, salivação, mandíbula paralisada, animais com suspeita de cinomose, dentre outros);

Que morreram subitamente, sem causa da morte definida ou com suspeita de envenenamento.

O recebimentos de animais de interesse em saúde é feito todos os dias da semana, inclusive em feriados, 24 horas por dia na Rua Santa Eulália, 86, em Santana.

Animais sem interesse em saúde:

Já no caso de animais que não se encaixam em nenhuma dessas opções, o proprietário deve ensacá-lo e levar a um dos transbordos municipais, que recebem cadáveres de animais gratuitamente para incineração.

Veja os locais:

Transbordo Santo Amaro: Rua Miguel Yunes, 343. Horário para recebimento de animais mortos: 9h às 18h, todos os dias, inclusive finais de semana e feriados.

Transbordo Ponte Pequena: Av. do Estado, 300. Horário para recebimento de animais mortos: de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h. Sábados, domingos e feriados, das 10 às 15h.