Após ter o mandato de deputado federal cassado por determinação do TSE, Deltan Dallagnol (Podemos - PR) foi convocado pelo novo juiz responsável pela operação Lava Jato, Eduardo Appio, a depor enquanto testemunha em relação à declarações de Rodrigo Tacla Duran, advogado e réu por lavagem de dinheiro para a empreiteira Odebrecht.
Deltan Dallagnol prestará depoimento após ter sido citado por Duran em uma acusação de suspeição que o réu fez contra o procurador da República Walter José Mathias Júnior.
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Segundo o advogado, Mathias Júnior não pode atuar no caso por causa da relação de proximidade que mantém com o deputado cassado, que atuou como procurador da Lava Jato em Curitiba. O desejo de Appio é entender se Dallagnol tem relação de amizade pessoal com o procurador.
No mês de março, Duran acusou Dallagnol de perseguição contra ele, acusação que é negada pelo deputado cassado.
Ainda durante o depoimento do réu, Tacla Duran acusou o senador e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro Sergio Moro (União Brasil), também ex-juiz da Lava Jato, de extorsão. Moro nega a acusação.
Cassação de Deltan Dallagnol
Na última terça-feira (16), Deltan Dallagnol teve o mandato de deputado federal cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral.
A corte entendeu que, antes do processo eleitoral, Dallagnol "agiu para fraudar a lei, uma vez que praticou, de forma capciosa e deliberada, uma série de atos" para não ficar inelegível.
O processo teve relatoria do ministro Benedito Gonçalves, e foi acompanhado por todos os ministros. Benedito Gonçalves julgou recursos que foram apresentados pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) e pelo PMN.
Os partidos questionavam a regularidade do registro do ex-procurador da Lava Jato em relação a procedimentos administrativos que ele respondia no Ministério Público.
Após a cassação, Dallagnol falou que sofre uma “vingança”. "Eu perdi o meu mandato porque eu combati a corrupção. E hoje é um dia de festa para os corruptos e um dia de festa para o Lula", afirmou.
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