Um estudo inédito, coordenado pelo Observatório de Oncologia em parceria com o Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, mostrou que apenas 3% dos recursos da saúde do SUS foram destinados para o combate ao câncer no ano passado.
Em 2022, dos R$ 136,4 bilhões em despesas na área da saúde, cerca de R$ 3,9 bilhões foram para o tratamento do câncer. Em 2020, primeiro ano da pandemia da Covid-19, foram R$ 3,3 bilhões, 14% a menos.
Outro dado que se destaca é o aumento do valor de procedimentos como quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. Em 2018, o valor de uma intervenção, que custava R$ 151,33, saltou no ano passado para R$ 758,93, aumento de 400%.
Já o custo médio com internação chegou R$ 1.082,22, e o gasto com cirurgia alcançou R$ 3.406,07 em 2022.
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De acordo com Nina Melo, coordenadora da pesquisa, as elevações nos preços dos tratamentos se devem a novas incorporações de terapias no SUS e aumento no número de diagnósticos de casos avançados.
“A gente já evidenciou que os tratamentos em estágio mais avançado são mais caros para o sistema”, afirma.
Por outro lado, o número de procedimentos caiu nos últimos cinco anos. Ele passou de 15 milhões em 2018 para 4 milhões em 2022, uma redução de 74%.
O estudo também revelou os tipos de câncer que mais sobrecarregam o SUS. O de mama custou aos cofres públicos R$ 1,1 bilhão, em 2022. Já o de próstata, R$ 546 milhões.
A estimativa do Instituto Nacional do Câncer é que o Brasil apresente mais de 700 mil casos este ano.
Assista à matéria sobre o tema que foi ao ar neste sábado (17) no Jornal da Cultura:
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