O governo dos Estados Unidos anunciaou nesta sexta-feira (07) que irá enviar bombas de fragmentação para serem utilizadas pelo exército da Ucrânia. O armamento é proibido em mais de 100 países devido ao alto poder de destruição. O anúncio foi feito por Jake Sullivan, assessor de segurança americano.
Essas bombas, que também são chamadas de “cluster”, são lançadas por aviões, artilharia, morteiros, foguetes ou mísseis. Dessa forma, elas liberam e espalham no ar submunições explosivas sobre uma grande área. Dependendo do modelo, o número de submunições pode variar de várias dezenas a mais de 600.
Entenda como a bomba funciona
Foto: Reprodução/Human Rights Watch/Oleg Solvang
Segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, a zona-alvo sobre a qual essas bombas são lançadas pode exceder os 30 mil metros quadrados. Além disso, a maioria das submunições cai aleatoriamente e estas deveriam explodir no momento do impacto quando atingem o solo, porém muitas não o fazem. Justamente por essas “falhas”, o armamento é capaz de gerar vítimas muito tempo depois de lançado, sobretudo de civis.
De acordo com documento elaborado pela Cruz Vermelha, o primeiro lançamento de um equipamento como esse foi registrado em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial. A grande parte dessas munições presente nos estoques militares foi projetada ainda na Guerra Fria e, segundo a organização, seriam “antigas e nada confiáveis”.
Proibição internacional
Em 2008, uma conferência diplomática realizada em Dublin, na Irlanda, definiu a “Convenção sobre Munições Cluster”. Nela, mais de 100 países assinaram o tratado que proíbe o uso, o desenvolvimento, a produção, o armazenamento e a transferência de munições de fragmentação. Do mesmo modo, exige que os países que as possuam destruam os seus estoques.
Entretanto, países envolvidos na recente guerra, como EUA, Rússia e Ucrânia não chegaram a assinar o tratado. O Brasil foi outro país que também não entrou no acordo internacional.
Autoridades das Nações Unidas (ONU), como o secretário-geral António Guterres, e grupos de direitos humanos, como a Human Rights Watch, são contrários ao uso no conflito.
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