Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS

Rua Cenno Sbrighi, 378 - Caixa Postal 66.028 CEP 05036-900
São Paulo/SP - Tel: (11) 2182.3000

Televisão

Rádio

Divulgação | TV Cultura
Divulgação | TV Cultura

A TV Cultura produziu, em parceria com o Amazon Rainforest Journalism Fund e o Pulitzer Center, o documentário “Panará, A Sobrevivência de Um Povo” sobre os novos desafios de um povo indígena que chegou perto da extinção na década de 70.

O filme conta com reportagem de Leão Serva e imagens do fotógrafo Rogério Assis.

O povo Panará viveu em áreas do Estado de São Paulo, na região de Sorocaba, no século 16, e foi subindo o mapa do Brasil, fugindo de perseguições dos portugueses inicialmente, e depois de brasileiros que rezavam pela cartilha expansionista. Passaram pelo Triângulo Mineiro, o Estado de Goiás e se estabeleceram finalmente na Serra do Cachimbo, na divisa entre o norte de Mato Grosso e o sul do Pará.

Leia mais: Lula lamenta morte de João Donato: “Um dos gênios da música brasileira”

A permanência do povo na região incomodou durante a ditadura militar. Militares planejavam construir a rodovia 163, Cuiabá-Santarém, destruindo o território dos indígenas, na época chamados de Krenakore ou Caiapós do Sul.

Avessos ao contato com os não indígenas, os Panará, descendentes de antigos guerreiros, tentavam permanecer isolados e em paz. Os militares pediram ajuda então aos sertanistas Orlando e Claudio Villas-Bôas, que acabaram por convencê-los a se transferir para o Parque Indígena do Xingu. A transferência foi desastrosa. Dos 400 homens, mulheres e crianças que viviam na Serra do Cachimbo, perto da cidade de Peixoto de Azevedo, apenas 75 estavam vivos no dia da mudança. Outros 10 morreram no primeiro ano da transferência.

Em 1997, graças a uma ação judicial, os Panará conseguiram voltar para a sua região original. Mas apenas uma parte dela continuava e continua de pé. O entorno foi tomado pelo crescimento das cidades, o garimpo, e o agronegócio.

O documentário mostra como vivem os primeiros indígenas contatados pelo Villas-Bôas. Vai, os remanescentes daquela antiga aldeia.

A edição traz ainda as peculiaridades e os desafios dos Panará nos dias de hoje, que escolhem, por aclamação, os seus representantes. E que plantam suas roças em desenhos circulares e seguindo os pontos cardeais. Um povo que se divide entre as tradições centenárias da floresta e as tecnologias modernas, como o celular e os painéis solares.

A história dos Panará é importante também porque é emblemática dos desafios dos povos originários no Brasil e em todo o planeta.

Sitiados por cidades e por atividades econômicas predatórias, como o garimpo, o agronegócio e os grandes pastos, os Panará podem, em seu esforço de sobrevivência e preservação, mostrar o caminho para a convivência entre o velho e o novo, a tradição e a inovação, e até nos oferecer uma lição indígena de democracia.

Leia também: Relembre as participações do músico João Donato na TV Cultura

Documentário: "Panará, A Sobrevivência de Um Povo"

Reportagem: Leão Serva

Imagens: Rogério Assis

Roteiro e redação final: Jorge Valente

Produção: Ricardo Ferreira

Pós produção: Leandro Silva

Direção de núcleo: Simão Scholz

Chefia de redação: Pola Gale

Direção de Jornalismo: Marília Assef

Assista ao documentário: