Durante transmissão ao vivo nas redes sociais nesta terça-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou os decretos que facilitaram a compra de armas de fogo do Governo Bolsonaro. Na visão do petista, essa ação ajudou o crime organizado e que o povo quer comprar comida.
“Porque o cidadão quer uma pistola 9mm? O que ele vai fazer com essa arma? Vai fazer coleção? Brincar de dar tiro? No fundo, esse decreto de liberação de arma que o presidente anterior fez era para agradar ao crime organizado. Quem consegue comprar é o crime e gente que tem dinheiro. Pobre trabalhador não consegue comprar comida, material escolar dos filhos, brinquedo para o natal. Como as pessoas que trabalham vão conseguir comprar um fuzil?”, questionou o presidente.
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023 revelaram que o número de pessoas com certificado de registro de armas de fogo teve uma alta de quase sete vezes durante a gestão de Jair Messias Bolsonaro (PL).
Os números em questão se baseiam em informações do Exército e levam em consideração os caçadores, atiradores esportivos e colecionadores (CACs).
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Em dezembro de 2022, os números mostraram que 386 brasileiros a cada 100 mil tinham licença para armas. São mais de 783 mil registros de CACs.
O atual presidente também defendeu o fechamento dos clubes de tiro no Brasil e disse que, se depender dele, apenas os estandes das policias ficarão abertos.
“É organização policial que tem que ter lugar para atirar. Não é a sociedade brasileira. Nós não estamos preparando uma revolução. Eles tentaram um golpe, nós não. Nós queremos preparar a democracia”, completou.
Vale lembrar que em dezembro do ano passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu um processo para fiscalizar o controle de armas e munições pelo Exército entre 2019 e 2022.
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Segundo o processo, o Governo Federal não estudou o impacto das políticas que facilitaram o acesso a armas e munições antes de editá-las. Além disso, não realizou investimentos para aperfeiçoar os sistemas de controle. Dessa maneira, houve uma flexibilização que beneficiou o crime organizado.
“A auditoria sob exame deixou clara que a flexibilização de armas não serve, tão somente e de modo direto, à simplificação do seu uso específico pelos CACs (Caçadores, Atiradores esportivos e Colecionadores) ou à sua disponibilização para a autodefesa do cidadão, visto que boa parte do arsenal adquirido legalmente segue um caminho tortuoso – seja por extravio, furto, roubo ou, ainda, por mio de revenda no mercado clandestino – até chegar às mãos de malfeitores”, diz um trecho do relatório.
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