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Montagem TV Cultura/Reprodução X @MuseuHolocausto
Montagem TV Cultura/Reprodução X @MuseuHolocausto

A Riachuelo está sendo alvo de uma série de críticas desde o último domingo (10) após ter lançado um conjunto de roupas que remetem aos uniformes pelos quais os judeus eram submetidos a usar nos campos de concentração nazistas. A empresa anunciou que as peças já estão sendo removidas das lojas.

Formada por uma camisa e calça listradas, o conjunto é bastante semelhante aos utilizados no complexo de Auschwitz, onde mais de um milhão de pessoas foram mortas durante a 2ª Guerra Mundial.

Entre as publicações sobre o tema que mais obtiveram repercussão nas redes sociais foi a da especialista em Semiótica Psicanalítica USP Maria Eugênya. Até a noite de segunda-feira (11), a postagem já havia alcançado mais de 117 mil curtidas, 11 mil compartilhamentos e quase dois mil comentários.


O Primeiro Museu do Holocausto no Brasil, localizado no Paraná, também realizou críticas à marca e lembrou que essa não foi a primeira vez que casos como esse acontecem na indústria da moda.

“A Riachuelo não é a primeira loja de fast fashion que utiliza dessa estética em suas peças. Mas por que a imagem incomoda? As respostas têm a ver com memória, história e semiótica”, escreveu a instituição. Veja abaixo a explicação completa do museu.

O que disse a Riachuelo?

Após a polêmica, o portal da TV Cultura entrou em contato com a Riachuelo, que em nota pediu desculpas e afirmou que a escolha do modelo das peças e da cartela de cores foi uma “infelicidade”.

Em comunicado, destacou ainda que todas as peças já estão sendo retiradas, tanto das lojas físicas quanto das do e-commerce.

"Entendemos a sensibilidade do assunto, agradecemos o alerta trazido pelos nossos consumidores e pedimos desculpas a todas as pessoas que se sentiram ofendidas pelo que o produto possa ter representado", disse a empresa.

O portal questionou ainda quais teriam sido as possíveis falhas para que o conjunto fosse comercializado e se providências serão tomadas para que um erro como esse não volte a se repetir. Até o momento da publicação da matéria, não obtivemos retorno a respeito dessas questões. 

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“Roupas carregam sentido”

O Museu do Holocausto explicou nas redes sociais que as roupas listradas são usadas em prisioneiros com o objetivo de segregá-los e facilitar a identificação e o reconhecimento. De acordo com a organização, os uniformes são impessoais e retiram a individualidade, servindo ainda historicamente como forma de humilhação.

A instituição também fez alusão ao comentário de Maria Eugênya, de que "nenhuma tendência deve estar acima da decência, da memória e do respeito".

“Desde o surgimento da moda, a memória fica atrelada a roupas, que carregam sentido. E essa é uma grande responsabilidade. Estilistas e publicitários precisam conhecer a História - e a necessidade de construir pensamento crítico que fortaleça noções de empatia e de alteridade”, enfatizou o museu.


Veja o comunicado da Riachuelo na íntegra:

"Nós, da Riachuelo, prezamos pelo respeito por todas as pessoas, e esclarecemos que, em nenhum momento, houve a intenção de fazer qualquer alusão a um período histórico que feriu os direitos humanos de tanta gente.

A escolha do modelo das peças e da cartela de cores realmente foi uma infelicidade, e gostaríamos de reforçar que todas as peças já estão sendo retiradas das nossas lojas e e-commerce.

Entendemos a sensibilidade do assunto, agradecemos o alerta trazido pelos nossos consumidores e pedimos desculpas a todas as pessoas que se sentiram ofendidas pelo que o produto possa ter representado."


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