Após semanas de alerta sobre o crescimento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 em alguns estados do país, o Boletim InfoGripe aponta que o cenário continua mais restrito ao Rio de Janeiro e São Paulo.
Em relação às ocorrências gerais de SRAG em nível nacional, a análise detectou um sinal de estabilidade na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de crescimento a curto prazo (últimas três semanas).
Referente à Semana Epidemiológica (SE) 38, de 17 a 23 de setembro, o estudo tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 25 de setembro. O maior número de casos foi registrado entre os adultos, principalmente na população de idade mais avançada.
O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, ressalta que o Rio apresenta "um pequeno indício" de diminuição do ritmo de crescimento. No entanto, observa que se trata de um quadro que precisa ser analisado com cautela. "Precisamos continuar observando as próximas semanas, pois até o momento continua sendo um sinal de crescimento. São Paulo também mostra um ritmo lento e restrito à população de idade mais avançada, mas que está presente”, esclarece.
O pesquisador ainda reforça sobre a importância da vacinação em todas as faixas etárias, assim como da manutenção de cuidados essenciais, a exemplo do uso de máscaras de proteção de qualidade. “Essas recomendações valem não só para os que fazem parte do grupo de risco como para a população em geral".
Quatro estados apresentaram sinal de aumento na tendência de longo prazo, são eles: Bahia, Maranhão, Rio de Janeiro e Tocantins. Nos estados do Nordeste, o cenário se concentra nas crianças, enquanto em Tocantins, o indício é compatível com oscilação.
Entre as capitais, seis registraram crescimento no número de casos: Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Palmas (TO), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA) e São Paulo (SP).
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de: influenza A (1,7%), influenza B (1%), Vírus Sincicial Respiratório (10,3%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (44,2%). Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de: 0,9%, 1,8% e 77,5%.
Referente ao ano epidemiológico 2023, já foram notificados 138.963 casos de SRAG, sendo 53.565 (38,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 69.954 (50,3%) negativos, e ao menos 8.053 (5,8%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os positivos, 8,5% são influenza A, 4,5% influenza B, 38,2% VSR e 30,5% Covid-19.
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