No Linhas Cruzadas desta semana, ao falar sobre a relação da ideologia do humanismo ateu com o aborto, o filósofo Luiz Felipe Pondé explicou quais são os dois pontos de vista acerca da prática.
“Quem defende o aborto, o compreende como uma questão de saúde pública vinculada ao entendimento de que o feto não é um ser humano e sim uma parte dependente do corpo da mulher. Quem é contra, entende que se eu aceitar que alguém faça um aborto, é como se eu tivesse concordando com um homicídio”, disse o filósofo.
No programa desta quinta-feira (9), Pondé e a jornalista Thaís Oyama discutiram a tese do humanismo. Para o filósofo, a relação dos defensores da legalização aborto com a corrente de pensamento se dá na argumentação de que o procedimento é uma questão de “saúde pública”, baseada na “ciência” e que respeita o “Estado laico”.
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“São todos termos vinculados ao humanismo ateu. E quando eu digo ‘ateu’ aqui eu poderia dizer ‘secular’. Não necessariamente é o pensamento ‘eu não acredito em Deus’, mas o ‘acho que Deus e as religiões não têm que se meter em políticas públicas’”, comentou.
“É uma discussão que a sociedade, em um país como o Brasil, ainda vai levar muito tempo para chegar nisso. Tomara que o STF (Supremo Tribunal Federal) não ponha o carro na frente dos bois, como tem feito”, conclui Pondé.
Vale lembrar que a ministra do Supremo Rosa Weber votou a favor da descriminalização do aborto durante as 12 primeiras semanas de gestação, e o atual presidente da corte, o ministro Luís Roberto Barroso, já afirmou que a criminalização do procedimento é uma “má” política pública.
Assista o programa na íntegra:
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