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Reprodução/Facebook Vatican News
Reprodução/Facebook Vatican News

O papa Francisco decidiu punir o cardeal Raymond Burke, um de seus críticos mais proeminentes, ao revogar o direito dele a um apartamento e salário subsidiados no Vaticano.

Esta medida representa a segunda ação contra um prelado conservador americano neste mês, conforme relatado por duas fontes à agência de notícias estadunidense Associated Press.

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De acordo com a publicação, o papa Francisco explicou a medida durante uma reunião dos líderes dos escritórios do Vaticano na semana passada. A decisão em relação a Burke foi tomada devido à sua contribuição para a "desunião" na Igreja, conforme relatou um dos participantes do encontro, sob anonimato.

Até o momento, Burke não foi notificado sobre essas medidas, de acordo com sua secretária via mensagem de texto à Associated Press.

Burke é um advogado canônico de 75 anos que foi destituído do cargo de juiz do tribunal superior do Vaticano em 2014 e emergiu como um crítico contundente do papa Francisco, especialmente em relação à abordagem do pontífice em questões como os católicos LGBTQIAP+ e as iniciativas de reforma para tornar a Igreja mais inclusiva às necessidades dos fiéis comuns.

Em diversas ocasiões, Burke se uniu a outros cardeais conservadores para questionar formalmente o Papa e esclarecer pontos de doutrina que causavam desconforto entre tradicionalistas. Esses questionamentos incluíam a postura em relação a católicos divorciados e recasados civilmente, bem como a possibilidade de casais do mesmo sexo receberem bênçãos da igreja.

Esta decisão de Francisco contra Burke marca a segunda ação punitiva contra um prelado conservador americano em um curto período, seguindo a destituição forçada do bispo Joseph Strickland da cidade de Tyler, Texas, no início do mês. Este movimento parece estar alinhado com uma fase mais assertiva no pontificado de Francisco, possivelmente acelerada com a chegada do novo czar da doutrina, o cardeal argentino Victor Fernández, em setembro.

Questionado na terça-feira (28) sobre a decisão de Francisco, o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, não negou os relatos, mas encaminhou as perguntas a Burke. “Não tenho nada de especial a dizer sobre isso”, disse Bruni aos repórteres.