Nas últimas semanas, vídeos recomendando o uso de dipirona para o tratamento de frustrações amorosas têm circulado em redes sociais de vídeos curtos como o TikTok. Segundo especialistas, a prática pode trazer prejuízos à saúde.
O argumento das publicações, feitas majoritariamente por perfis de jovens mulheres, estaria baseado em uma pesquisa norte-americana de 2010, publicada na revista Psychological Science. O problema é que o estudo contou com uma amostra de apenas 62 participantes, e o medicamento utilizado no estudo foi o paracetamol, não a dipirona. Os próprios realizadores da pesquisa alertam que a droga não deve ser usada para resolver todos os problemas pessoais.
Segundo Fernando Faglioni Ribas, médico clínico do hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, dipirona e outros analgésicos atuam no combate à dores e febres de temperatura. Ele alerta que não há base científica para que se recomende a atuação desses medicamentos no apoio psicológico para pacientes que estejam sofrendo por amor.
Além da ineficácia para a dor de amor, usar drogas como a dipirona indiscriminadamente pode causar efeitos colaterais drásticos ao corpo, como uma anafilaxia, reação alérgica que pode levar uma pessoa para a emergência com quadro respiratório grave ou queda de pressão.
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O que psicólogos recomendam para a dor de uma frustração amorosa é tempo. Só através dele que o corpo e a mente conseguirão processar a dor do fim de uma relação e se preparar para o início de outra.
“O tempo é o melhor remédio para curar. A gente só se cura de uma relação que machucou com outras relações, estar perto dos amigos, fazer exercícios físicos, ir para a natureza, expandir o olhar para o mundo… lembrando que o mundo é grande e que a dor de um coração partido pode se transformar numa maturidade e em uma experiência importante para o resto das relações”, argumenta a psicóloga Lígia Baruch.
Segundo a assessoria do TikTok, os vídeos violam as diretrizes da plataforma e foram retirados. No entanto, após o envio da nota, publicações sobre o tema continuaram on-line.
Saiba mais sobre o tema na matéria que foi ao ar esta segunda-feira (29) no Jornal da Tarde:
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