A ministra da Saúde, Nísia Trindade, realizou nesta terça-feira (6) um pronunciamento na rede nacional de rádio e TV sobre o aumento de casos de dengue no país. Na declaração, a comandante da pasta pediu para os brasileiros intensificarem os cuidados contra o mosquito em casa.
Segundo Nísia, cerca de 75% dos focos do mosquito estão dentro das residências. “Vamos tampar as caixas d'água, descartar o lixo corretamente, manter as vasilhas de água dos animais sempre limpas, guardar garrafas e pneus em locais cobertos, retirar água acumulada dos vasos e plantas”, disse.
Nísia Trindade pede ainda que as pessoas recebam os agentes de endemias, que irão ajudar a eliminar os focos. “Receba-os, ajude-os na localização e na erradicação de possíveis focos do mosquito em sua casa e na sua vizinhança”.
O pronunciamento acontece em um momento de alta nos casos da dengue no Brasil. O país registrou 232,9 mil casos de infecção pelo mosquito nas quatro primeiras semanas epidemiológicas de 2024, período que foi até 27 de janeiro, de acordo com dados do ministério.
O número representa uma alta significativa em relação ao mesmo período do ano passado, quando 65,3 mil casos foram contabilizados.
Além do apelo à população, a ministra Nísia Trindade pediu o esforço de prefeitos e governadores para combater a dengue.
“É fundamental que os prefeitos e prefeitas intensifiquem os cuidados com a limpeza urbana, evitando o acúmulo de lixo e de água onde os mosquitos se proliferam. Da mesma forma, é essencial a ação dos governadores, apoiando seus sistemas de saúde”, destacou.
No discurso, a ministra cita o calor recorde e as chuvas acima da média como alguns dos responsáveis pelo crescimento dos focos do mosquito Aedes aegypti.
“O calor recorde e as chuvas acima da média desde o ano passado aumentaram os focos do mosquito transmissor. Essa situação exige ações adicionais do Governo Federal, dos governadores, dos prefeitos e de toda a população”, afirmou.
Vacinação
Nísia também falou sobre a vacinação contra a dengue no pronunciamento. A distribuição das doses de vacina começa nesta semana. Ao todo, 512 municípios receberão o imunizante. Alta transmissão da doença e incidência do sorotipo 2 do vírus foram os critérios usados pela pasta. A previsão do governo é vacinar cerca de 3,2 milhões de pessoas em 2024.
“A vacinação se dará de forma progressiva, dado o número limitado de doses produzidas pelo laboratório fabricante. Os critérios para distribuição inicial para um grupo de municípios foram baseados na incidência da doença e definidos pelo Ministério da Saúde e pelos conselhos nacionais de secretários de saúde de estados e municípios. Dentre o grupo para o qual a vacina foi autorizada, serão imunizadas as crianças entre 10 e 14 anos”, explicou Nísia.
O Ministério da Saúde vai receber pouco mais de 6 milhões de doses -- 5,2 milhões foram compradas do laboratório Takeda e 1,3 foram doadas.
Por conta da aplicação em duas doses e uma baixa quantidade de vacina, a pasta precisou definir os critérios para o início da imunização.
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