Fundação Padre Anchieta

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O Brasil liderou o ranking mundial de número de casos da dengue em 2023 com 2,9 milhões de registros, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O ano de 2024 mal começou, no entanto, mais de 550 mil pessoas positivaram para a doença e 94 mortes foram confirmadas até o dia 16 de fevereiro, segundo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde (MS).

O cenário preocupa a população brasileira, que não pensa apenas nos cuidados pessoais, mas também na saúde dos bichinhos de estimação com quem compartilham o dia a dia.

No entanto, apesar do mosquito poder picar o animal, assim como acontece com os humanos, caso isso aconteça, eles não desenvolvem a doença ou a transmitem.

Por outro lado, o cuidado deve ser mantido em relação a eles com o uso de coleiras repelentes e a adição de telas nas janelas das casas e apartamentos, que podem ajudar a evitar doenças como a leishmaniose e a dirofilariose.

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Em entrevista ao site da TV Cultura, a médica-veterinária Mariana Moraes Dionysio de Souza, integrante da Coordenadoria Técnica do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), explica o que essas doenças podem causar aos cães e quais cuidados tomar.

O que é a dirofilariose?

Causada principalmente quando o animal é picado pelo Culex e Aedes aegypti - mesmo transmissor da dengue e da febre amarela - é uma doença que cai na circulação sanguínea do pet e chega até o coração.

Ao chegar até o órgão muscular, cresce e se multiplica, posteriormente causando problemas. Entre os principais sintomas estão o cansaço fácil, desmaio, tosse, fraqueza e a perda de peso.

O que é a leishmaniose?

Provocada essencialmente pela Leishmania chagasi, que também é transmitida pelo mosquito contaminado, nesse caso o Lutzomyia - também conhecido como ‘mosquito-palha’, ‘tatuquira’, ‘cangalhinha’ e ‘birigui’ - nos cães pode causar inúmeros problemas, como na pele, no fígado e no rim, além de crescimento excessivo das unhas e anemia.

Cuidados diários

De acordo com a especialista, ficar atento às mudanças de comportamento do amigo de quatro patas é indispensável, já que funcionam como um alerta para que os responsáveis levem eles o quanto antes ao médico-veterinário.

“Esta orientação é relevante para que qualquer doença seja diagnosticada o quanto antes, e, com isso, melhore as chances de resposta ao tratamento”, ressalta.

Mariana ainda esclarece que além do uso de coleira repelente e telas, outros cuidados podem ser adotados no dia a dia para evitar que os mosquitos tragam problemas à vida dos companheiros.

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No caso da leishmaniose, como o mosquito apresenta comportamento matutino e vespertino, mantê-los dentro de casa nesse período pode colaborar para que não sejam picados, assim como preservar o quintal limpo e não deixar água parada.

“Já no caso da dirofilariose, a ivermectina pode ser utilizada como medida preventiva. Além dela, existe uma moxidectina de liberação lenta, que deve ser aplicada no animal uma vez por ano. É importante ressaltar que apenas o médico veterinário é competente para prescrição de vacinas e medicamentos. Portanto, é fundamental a consulta com esse profissional para melhor acompanhamento e prevenção, bem como adequação de dosagem em relação ao peso e quadro de saúde do animal”, completa.