A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) divulgou nesta quinta-feira (4) um levantamento que mostra o número de ataques proferidos a jornalistas e profissionais da imprensa em 2023.
De acordo com o relatório Violação à Liberdade de Expressão, foram registrados 111 casos de violência não letal envolvendo pelo menos 163 jornalistas no último ano, uma redução de 19% em comparação com o número de casos de 2022.
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Segundo o levantamento, as agressões físicas lideraram os registros de violações ao trabalho jornalístico. Pelo menos 45 casos foram contabilizados, 40% do total. O número de profissionais que foram alvo de agressores subiu para 80, um aumento de 8,11% em relação ao ano anterior.
Casos e atentados, injúria e furtos cresceram substancialmente em 2023: 50%, 200% e 600%, respectivamente.
Ameaças a comunicadores e censuras se mantiveram estáveis em relação a 2022. Entre as violências não letais com redução de casos estão intimidações (-56%), ofensas (-68%), ataques e vandalismos (-40%) e crimes de importunação sexual (-25%).
A associação também destacou as agressões sofridas pelos profissionais da imprensa na cobertura dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
“A cobertura política esteve em xeque e, ao relatar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro e em dias subsequentes, a imprensa enfrentou a fúria de manifestantes que agrediram, ameaçaram e insultaram profissionais dos mais variados veículos de comunicação”, diz o comunicado.
O relatório avalia uma queda nos ataques virtuais à imprensa. Houve uma diminuição nos ataques diários pelas redes sociais. No entanto, ainda foram registrados, em 2023, 2,9 mil ataques por dia, o que equivale a dois por minuto.
A Abert mencionou a morte de Thiago Rodrigues, executado com nove tiros enquanto participava de uma confraternização com amigos em Vicente de Carvalho, no litoral paulista.
Ele tinha acabado de se lançar pré-candidato à Prefeitura do Guarujá (SP). Em quase 15 anos de atividade profissional, Rodrigues denunciava irregularidades no município e na gestão de políticos da região.
Desde 2012, quando a ABERT começou a apurar os casos de violências sofridas por jornalistas brasileiros, foram contabilizados 26 assassinatos de profissionais da imprensa, a maioria por arma de fogo. Apenas em 2019 e 2021 não houve registros de jornalistas mortos pelo exercício da atividade profissional.
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