Nas eleições presidenciais norte-americanas dos últimos anos, a certeza que existe é a de que sempre o vencedor será um candidato republicano ou democrata.
Desde 1852, os Estados Unidos sempre tiveram presidentes do Partido Democrata ou do Partido Republicano. No entanto, isso não significa que não possam existir outros partidos. Acontece que siglas menores não têm força o suficiente para disputar com estes dois.
Na prática, a eleição indireta é um dos principais fatores que explica o bipartidarismo estadunidense. Nesse modelo, o voto dos cidadãos serve para formar o Colégio Eleitoral, que se encarrega de eleger o presidente. Ao todo, 538 delegados compõem o Colégio Eleitoral dos Estados Unidos.
Segundo o sociólogo francês Maurice Duverger, a votação por maioria simples em um único turno, principalmente na eleição presidencial, é uma das razões históricas para a consolidação do bipartidarismo.
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Outro fator determinante é a autonomia dos estados. Nos EUA, em 48 estados e em Washington D.C., o candidato que obtiver a maioria simples dos votos populares obtém todos os representantes do Colégio Eleitoral.
A Califórnia, por exemplo, possui 55 delegados. Logo, o candidato que ganhar o maior número de votos no estado, fica com todos os delegados no Colégio Eleitoral. Dessa forma, nada é distribuído ao segundo e terceiro lugar. Ainda de acordo com Duverger, terceiros partidos não conseguem disputar, pois quem recebe 15% ou 25% dos votos não é recompensado.
Assim, esse tipo de eleição incentiva o voto útil dos eleitores, fazendo com que eles escolham candidatos que tenham mais chance de ganhar, já que seus votos seriam “desperdiçados” se optassem por uma terceira via. Por isso, existe a tendência de sempre escolher por candidatos republicanos ou democratas.
Por fim, outra dificuldade é a arrecadação de dinheiro para as campanhas. A maioria dos doadores não quer doar para candidatos que não tenham chances reais de sucesso. Por essas razões, é mais simples concorrer dentro da estrutura já existente nos partidos Democrata e Republicano, que recebem investimento constante.
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