VSR supera Covid-19 em óbitos de crianças de até dois anos, aponta Boletim InfoGripe
23 estados do país apresentam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo
26/04/2024 13h13
O último Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) destaca os aumentos semanais nas internações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), especialmente em função do vírus sincicial respiratório (VSR), da influenza A e do rinovírus.
Entre as crianças, no agregado nacional há sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de estabilização na de curto prazo (últimas três semanas). Já a Covid-19, mesmo apresentando sinal de queda ou estabilidade em patamares relativamente baixos de acordo com a região do país, ainda é a maior responsável pela mortalidade de SRAG nos idosos.
Referente à Semana Epidemiológica (SE) 16, de 14 a 20 de abril, o estudo tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 22 de abril.
A crescente circulação do VSR, que responde por 57,8% do total de casos recentes, é o que tem gerado aumento expressivo da incidência e mortalidade de SRAG nas crianças de até dois anos, ultrapassando, inclusive, os óbitos associados à Covid-19 nessa faixa-etária nas últimas oito semanas epidemiológicas.
Entre a totalidade de óbitos, o crescimento da influenza A já faz com que o percentual associado a esse vírus comece a se aproximar do observado para a Covid-19 nas últimas quatro semanas, com base nos registros atuais. Apesar disso, a Covid-19 ainda tem amplo predomínio na mortalidade dos idosos, que também é a faixa-etária que mais se destaca em relação a mortes por SRAG.
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Marcelo Gomes, pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, reforça a importância da vacinação contra a gripe e do uso de máscaras adequadas (N95, KN95, PFF2) a qualquer pessoa que for a uma unidade de saúde e a quem estiver com sintomas de infecção respiratória.
23 estados apresentam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo. São eles: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.
Resultados positivos e óbitos em 2024
Ao todo, já foram notificados 38.670 casos de SRAG, 17.562 (45,4%) com resultado positivo para algum vírus respiratório, 14.563 (37,7%) negativos, e ao menos 4.308 (11,1%) que aguardam resultado laboratorial. Dentre os casos confirmados, tem-se influenza A (15,4%), influenza B (0,3%), vírus sincicial respiratório (32,8%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (38,9%).
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Em relação aos óbitos, independentemente da presença de febre, já foram registrados 2.956 óbitos, 1.753 (59,3%) com resultado positivo para algum vírus respiratório, 951 (32,2%) negativos, e ao menos 102 (3,5%) que aguardam resultado laboratorial. Dentre os positivos, tem-se influenza A (12,7%), influenza B (0,2%), vírus sincicial respiratório (3,7%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (80%).
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os confirmados foi de influenza A (32%), influenza B (0,3%), vírus sincicial respiratório (10,8%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (53,9%).
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