O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) divulgou nesta sexta-feira (26) um levantamento que mostra que o garimpo cresceu 361% em terras indígenas na Amazônia de 2016 a 2022.
A porcentagem representa cerca de 241 mil hectares, uma área equivalente a duas vezes a cidade de Belém, capital do Pará. Desse total, 25 mil hectares são áreas de 17 terras indígenas.
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A pesquisa analisou a atividade mineradora na região ao longo de 37 anos, entre 1985 e 2022. Os números mostram um maior impacto observado entre 2016 e 2022, onde o garimpo cresceu 361%. A maior parte do garimpo começou neste período.
As terras mais afetadas foram Kayapó, Munduruku e Yanomami, que concentram 90% da área indígena invadida pelo garimpo ilegal.
Outros 122 focos foram identificados em bacias hidrográficas garimpadas, o que compromete 139 territórios e os rios contaminados pelo garimpo.
“O impacto do garimpo tem um alcance muito maior do que a área diretamente afetada por essa atividade”, afirma Martha Fellows, autora do estudo e coordenadora do núcleo de estudos indígenas do IPAM.
“O garimpo tem impacto direto na saúde indígena. Mas além disso, outros estudos apontam que a água também contamina a vegetação, que incorpora esse mercúrio e, com a incidência do fogo em períodos mais secos, o mercúrio vai para o ar e dependendo das correntes chega a áreas mais distantes ainda”, completa.
O estudo do Ipam foi realizado a partir de dados da MapBiomas, baseados nas imagens do satélite do período entre 1985 e 2022.
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