A Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) informou nesta segunda-feira (12) que investiga um óbito fetal que pode estar associado à infecção por febre do Oropouche. A declaração foi dada pela secretária de Saúde do estado, Tânia Coelho, durante o seminário Febre do Oropouche.

Segundo a secretária, o óbito foi registrado no último fim de semana. A gestante tem 40 anos e foi atendida no município de Capistrano, que já registrou 12 casos de febre Oropouche. Ela estava com 34 semanas de gestação.

A suspeita é que tenha ocorrido a chamada transmissão vertical, quando o vírus é transmitido da mãe para o bebê. O resultado dos exames deve ser divulgado até terça-feira (13).

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“Estamos aqui com o Oropouche nos trazendo várias surpresas. O vírus saiu da Região Norte, desceu para o Nordeste, com uma apresentação atípica. O vírus está sofrendo mutação, consequência de nossa invasão no habitat, desmatamento, alterações que a gente tem causado no ambiente”, disse Tânia Coelho.

Até a semana passada, segundo o boletim epidemiológico, o Ceará havia registrado, ao todo, 122 casos de febre Oropouche em seis municípios do estado, todos no Maciço do Baturité. Entre os 122 infectados, estavam 3 gestantes.

A maioria dos casos confirmados foram identificados em seis municípios da região do Maciço do Baturité: Aratuba (32), Pacoti (29), Mulungu (26), Capistrano (12), Redenção (20) e Palmácia (3).

Segundo o boletim epidemiológico da febre do Oropouche, dos 122 casos confirmados, 56,5% (69) são do sexo masculino e as idades estão entre 14 a 79 anos. Além disso, a maioria dos casos confirmados reside ou frequenta a zona rural de seus municípios.

O primeiro caso da doença no estado foi confirmado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) no dia 21 de junho de 2024: um paciente de 53 anos, sexo masculino, residente na zona rural do município de Pacoti.

Casos no Brasil 

No início de agosto, o Ministério da Saúde divulgou que o Brasil tinha registrado 7.286 casos de oropouche até o dia 28 de julho deste ano.

De acordo com a pasta, 21 estados já confirmaram casos da febre oropouche em 2024. Amazonas (3.224), Rondônia (1.709) e Bahia (831) lideram as estatísticas dos registros.

Em julho, o Ministério da Saúde confirmou duas mortes por febre do oropouche no país. Os casos são de mulheres do interior da Bahia, com menos de 30 anos, sem comorbidades. De acordo com a pasta, elas apresentaram sintomas semelhantes a um quadro de dengue grave.

As mortes aconteceram em maio e junho deste ano, no entanto, só foram confirmadas após a realização de diversos exames.

O que é a febre oropouche?

A Febre do Oropouche (FO) é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmiti do porartrópodes) do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae.

A transmissão é feita principalmente por mosquitos. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela.

Os sintomas da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.