O empresário e apresentador Silvio Santos morreu aos 93 anos neste sábado (17). A informação foi confirmada nas redes sociais do SBT.

Um dos maiores nomes da televisão brasileira, em especial à frente do Programa Silvio Santos, ele foi internado no dia 18 de julho no Hospital Albert Einstein, na capital paulista, para se recuperar de um quadro de H1N1.

Teve alta dois dias depois, mas voltou a ser hospitalizado em 1º de agosto, segundo a assessoria de imprensa da emissora, para passar por exames de imagem. De acordo com o boletim médico, o falecimento ocorreu "às 4h50, em decorrência de broncopneumonia após infecção por influenza (H1N1)".

Ele deixa a viúva Íris Abravanel, com quem era casado desde 1978 e teve as filhas Daniela Patrícia, Rebeca e Renata. Também deixa as filhas Cíntia e Silvia, do primeiro casamento, com Cidinha, que morreu em 1977.

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Relembre a vida e a trajetória de Silvio Santos:

Silvio Santos nasceu em 12 de dezembro de 1930, ainda como Senor Abravanel, no Rio de Janeiro. Formado em contabilidade, antes de se estabelecer como um dos maiores nomes da televisão nacional, trabalhou como locutor em diversas rádios do Rio e de SP. 

Também atuou como corretor de anúncios, animador e apostou em empreendimentos como bares e barcas de transporte entre as décadas de 1940 e 1950. No ano de 1954, assinou o primeiro contrato como locutor da Rádio Nacional. O trabalho chamou a atenção do também locutor Manoel de Nóbrega, que o convidou para fazer parte de seus programas na emissora.

Posteriormente, a parceria com o pai de Carlos Alberto de Nóbrega renderia ao futuro patrono do SBT a empresa Baú da Felicidade, que lhe foi cedida por Manoel no momento em que enfrentava dificuldades financeiras. Já como dono, Silvio transformou a companhia em uma empresa que vendia carnês com ofertas de diversos tipos de produtos, como eletrodomésticos, brinquedos e até veículos.

Carreira na TV

Em 1961, Silvio iniciou sua carreira na televisão. Foi na TV Paulista, que se tornaria TV Globo, com o programa Vamos Brincar de Forca. A produção caiu nas graças do público e na esteira do sucesso do programa, e o apresentador comprou as duas primeiras horas do canal e as transformou no Programa Silvio Santos. A nova atração também serviu como uma grande vitrine para o Baú.

Entre o final da década de 1950 e meados dos anos 1970 o empresário consolidou sua imagem na TV Brasileira comandando programas em diversas emissoras, entre elas TV Paulista (futura TV Globo), TV Tupi, TV Record e a TVS, a partir de 1976, embrião do que se tornaria o atual SBT.

Depois de alguns anos tentando adquirir uma concessão para uma emissora, em outubro de 1975, venceu a concorrência para o Canal 11, do Rio de Janeiro, aberta pelo governo do presidente à época Ernesto Geisel, o quarto da ditadura militar. O canal foi transformado na TVS.

Em março de 1981, ganhou a concessão de quatro canais, o que possibilitou o nascimento oficial do Sistema Brasileiro de Televisão. Na emissora, comandou programas emblemáticos como Qual é a Música?, Show do Milhão, Topa Tudo Por Dinheiro e Programa Silvio Santos.

Com seu carisma, seus aviõezinhos de dinheiro para o auditório e seus bordões, se consagrou como o apresentador mais longevo da televisão nacional. Ele ficou à frente das tardes da emissora de 1976 a 2022.

Vida política

No início de 1988, Silvio Santos foi convidado a se candidatar à prefeitura de São Paulo, mas decidiu não aceitar. No ano seguinte, o das primeiras eleições diretas para presidente do Brasil desde 1960, recebeu outro convite político, dessa vez para tentar a eleição à presidência pelo PMB.

Mas a alguns dias da eleição, após aceitar a proposta, teve seu registro de candidatura impugnado pelo Tribunal Superior Eleitoral, por irregularidades no registro do partido e por ser patrono de uma rede de televisão. Em 1990, foi a vez de convidarem o apresentador para se candidatar ao governo do estado de São Paulo, mas o apresentador desistiu.

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Sequestro

Em 2001, o empresário e animador passou por um dos momentos mais difíceis de sua trajetória. No mês de agosto, sua filha Patrícia Abravanel foi sequestrada e passou sete dias em cativeiro.

Depois que foi solta, o mesmo sequestrador, Fernando Dutra Pinto, invadiu a casa do apresentador na capital paulista, e o fez de refém por cerca de oito horas. À época governador de São Paulo, o atual vice-presidente, Geraldo Alckmin, foi até o local pessoalmente supervisionar as negociações para que o bandido se entregasse.

Após libertar Patrícia e antes de invadir a casa de Silvio, Fernando foi localizado pela polícia em Barueri. Os agentes tentaram prendê-lo, mas dois policiais foram mortos em uma troca de tiros com ele, que também saiu baleado do confronto, mas conseguiu fugir em um carro.

O criminoso se rendeu após algumas horas e morreu na cadeia cinco meses depois, no dia 2 de janeiro de 2002, após uma parada cardíaca. No entanto, três meses depois, um relatório elaborado pela ONG Comissão Teotônio Vilela de Direitos Humanos apontou que a morte se deu devido a tortura e negligência médica.