A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, falou sobre o caso de assédio sexual envolvendo o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. Em entrevista ao Fantástico, ela afirmou que a importunação durou mais de um ano.
“Durou alguns meses, assim, mais de ano, na verdade. Começa com falas e cantadas mal postas, eu diria. E vai escalando para um desrespeito pelo qual eu também não esperava. Até situações que mulher nenhuma precisa passar, merece passar ou deveria passar”, contou Anielle.
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A ministra disse ainda que se sentiu culpada, insegura e vulnerável após os episódios de importunação sexual.
“Nenhuma situação de violência é fácil, né? Ainda mais para quem vive, para quem está ao redor. No primeiro momento, eu optei pelo silêncio. A exposição indevida faz com que a gente repense, pense. Então, tem uns estágios ali que fazem você se sentir culpada, insegura, vulnerável, e eu decidi que falaria primeiro nas instâncias devidas”.
“Toda vez que preciso falar sobre isso, digo que sim, Anielle foi vítima, mas enquanto ministra de Estado, mãe, feminista negra, tenho responsabilidade de combater e fazer do mundo um lugar melhor.”
Além disso, Anielle afirmou que, antes de trabalharem juntos no governo federal, nunca havia tido contato próximo com Silvio Almeida e que, mesmo em Brasília, não desenvolveram "nenhum tipo de intimidade”.
“Primeiro que a gente nunca teve nenhum tipo de relação antes de começarmos a trabalhar no mesmo governo. Isso é um ponto. Segundo, que a gente também nunca teve nenhum tipo de intimidade para que eu desse qualquer tipo de condição para ele fazer o que ele fez. Nenhuma. Existe uma coisa na sociedade que a gente precisa diferenciar: o que é se aproximar ou cantar uma pessoa com respeito, e o que é violentar, importunar e assediar uma pessoa. É bem diferente isso”, ressaltou.
Entenda o caso
No último mês, a ONG Me Too Brasil, entidade de combate a casos de assédio sexual, informou em nota pública que recebeu denúncias contra o então ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. As supostas vítimas mantiveram anonimato.
De acordo com um comunicado divulgado pela ONG, as vítimas de Almeida teriam sido atendidas por meio dos canais de atendimento e recebido acolhimento psicológico e jurídico.
Após as denúncias, Silvio Almeida foi demitido do cargo de ministro dos Direitos Humanos e Cidadania.
O ex-ministro nega todas as acusações.
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