Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

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Na manhã desta sexta-feira (13/12), a TV Cultura inaugurou seu novo Núcleo de Acessibilidade – que recebeu o nome FLICTS, numa homenagem ao escritor Ziraldo, autor do livro homônimo infantil que acaba de completar 50 anos -, dando um importante passo rumo a uma programação 100% acessível.

O novo Núcleo de Acessibilidade é formado por três estúdios para gravação de Libras, dois ProTools com cabines de locução para audiodescrição e, para a produção de closed caption, duas cabines para Via Voice e uma máquina de estenotipia. “Quando se fala em acessibilidade, no Brasil e no mundo, o teor do discurso adotado por muitos é o de concessão de benefícios, de benfeitoria. Mas a TV Cultura e a Fundação Padre Anchieta encaram a questão com o peso e a importância que ela realmente tem: acessibilidade é um direito. Não encará-la como tal seria negar a existência de milhões de brasileiros com deficiência”, disse o presidente da TV Cultura, José Roberto Maluf.

Com a inauguração do Núcleo, além de atender a demanda interna, a TV Cultura ainda oferecerá serviços de acessibilidade para outras emissoras, produtoras e empresas. “O Núcleo já presta serviço para as TVs Câmara e Univesp, e foi criado visando também o mercado audiovisual, tornando qualquer conteúdo acessível através da linguagem de Libras, closed caption e audiodescrição”, conta o diretor de Programação da TV Cultura, Del Rangel.

Formado por 51 integrantes, o Núcleo de Acessibilidade da TV Cultura implementou uma nova metodologia, também pioneira no Brasil, a partir da qual, além de intérpretes ouvintes, os próprios surdos também executam a interpretação de programas gravados. Isto é, por meio do roteiro da atração e da tradução bruta feita por profissionais ouvintes (português-Libras), profissionais surdos interpretam todos os elementos dos discursos produzidos pelos personagens, colocando em língua de sinais falas, expressões faciais etc. Tal método viabiliza mais uma forma de atuação de surdos intérpretes em sua própria língua.

A produção própria de recursos, assim como o foco da gestão atual em aprimorar e ampliar a grade de programação acessível, possibilitaram que o tema fosse pensado desde a concepção dos programas. Um exemplo é a gravação já respeitando a janela de libras na tela dos televisores e a revisão dos pacotes gráficos dos programas, para que não interfiram na imagem dos intérpretes. Tais melhorias podem ser explicadas por diversos fatores, entre a importância de manter as pessoas responsáveis pela produção de conteúdo próximas aos valores da instituição – tornando-as mais sensíveis e empáticas às necessidades de todo o público final.

Considerada pioneira em produção própria de acessibilidade, a emissora conta, atualmente, em sua programação com 24 horas diárias de closed caption, 20 horas semanais de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e 28 horas semanais de audiodescrição (AD) – excedendo muito as exigências estabelecidas pela Anatel. Optando sempre pela escolha de programas variados para a inserção desses recursos, como o Jornal da Cultura, Roda Viva, Jornal da Cultura Primeira Edição, Persona em Foco e Planeta Terra.

O evento de inauguração contou com dezenas de convidados, incluindo o secretário municipal da Pessoa com Deficiência, Cid Torquato; Paulo Vieira, diretor do Departamento de Políticas Temáticas dos Direitos da Pessoa com Deficiência, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos; e o músico Dudu Braga, filho do cantor Roberto Carlos.


HOMENAGEM A ZIRALDO

O novo Núcleo de Acessibilidade recebeu o nome FLICTS, numa homenagem ao escritor Ziraldo, autor do livro homônimo infantil que acaba de completar 50 anos. FLICTS (representado por um tom terroso de bege) é uma cor “diferente”, que não consegue se encaixar no arco-íris, nas bandeiras e em lugar nenhum, e que ninguém, a princípio, reconhece seu merecido valor. Ao longo do livro, FLICTS vai se conformando que “não tinha a força do Vermelho, não tinha a imensidão do Amarelo, nem a paz que tem o Azul”. Após procurar por seu lugar no mundo, FLICTS um dia acaba por deixá-lo. No final é revelado que "de perto, de pertinho, a Lua é FLICTS”.

Esse livro foi escrito pelo Ziraldo há 50 anos e é a maior referência atual de INCLUSÃO.